O purgatório existe, porém, não é um local, mas um estado d’alma em que os espíritos ficam, temporariamente, pelo que equivale ao purgatório e ao carma dos orientais. E é reencarnando que os espíritos vão continuar seus acertos cármicos e sua evolução.
Não é estranho que muitos católicos de carteirinha discordem do que estamos falando, pois os teólogos da Igreja sempre tiveram muita ojeriza pelas ideias cármicas orientais, que são as mais verdadeiras. O excelso Mestre não errou, mas seus seguidores erraram e muito. Ademais, as discordâncias religiosas foram, são e serão umas das questões mais comuns na história da humanidade, até que, um dia, haja um só rebanho e um só pastor como ensinou o Maior dos Mestres.
O pecado é sempre um mal para pessoas, jamais para Deus. Figuradamente, podemos dizer que Deus não quer o pecado, pois Ele não quer o sofrimento da vítima do pecado nem do autor do pecado que vai sofrer colhendo o mal que semeou, de acordo com a lei de causa e efeito: “Ninguém deixará de pagar tudo até o último centavo.” (Mateus: 5: 26), quando o espírito não vai pagar mais nada.
O grande teólogo do Século VI São Gregório Nanzianzeno não acreditava, também, num inferno sem fim. E o pagamento não é castigo de Deus. Aliás, essa palavra castigo vem do verbo latino “castigare”, que significa, originariamente, purificar e não punir. Inclusive, também, a castidade da mesma etimologia quer dizer pureza.
Meus leitores assíduos já sabem que o Espírito Santo da Terceira Pessoa significa todos os espíritos que somos, no momento reencarnados e depois desencarnados. E é dito no evangelho que o pecado contra o Espírito Santo (da pessoa) não tem perdão mesmo nem nesta vida nem em outra no futuro, o que é uma grande verdade, pois esse pecado é contra a voz da própria consciência do indivíduo e que, portanto, ele sabe que se trata de um mal, mas comete-o, assim mesmo.
Esse tipo de pecado, repetimos, não pode ser perdoado, tem que ser mesmo pago de qualquer jeito…
E quanto à divinização de Jesus, era comum, no seu tempo, no Oriente Médio, considerarem Deuses os homens que fossem muito importantes, por exemplo, os taumaturgos (milagreiros) como no caso de Apolônio de Tiana. E Jesus, então, nem se fala. E os teólogos, ainda com o apoio de Constantino, só tinham mesmo que proclamar Jesus como sendo, também, Deus no Concílio de Niceia em 325.
Aliás, Jesus e todos nós somos Deuses (Salmo 82:6; e João 10: 34). Mas somos Deuses relativos. Já Deus mesmo, aquele Pai de Jesus e de todos nós, é um só (monoteísmo) e é Deus não relativo, mas absoluto e causa primeira de tudo e, pois, não causada.