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Papa põe Deus ma berlinda

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As teologias da cultura judaico-cristã que antropomorfizaram Deus têm feito muito mal ao espiritualismo. Nosso objetivo, porém, não é desmoralizá-las, mas apenas mostrar que elas, às vezes, prejudicam mais o espiritualismo do que o beneficiam.

Sim, pois elas minam a crença dos que crêem em Deus, deixando-os frios e indiferentes em sua fé, e deixam os que não crêem mais incrédulos, ainda. O nosso grande poeta Castro Alves, diante da dor dos escravos negros, deixou-nos esta exclamação justa emotivamente falando, mas ao mesmo tempo pouco respeitosa para com Deus: “Onde estás tu, oh Deus?”

Mas até o renomado teólogo e Papa Bento 16, em sua recente viagem à Polônia, ao visitar Auschwitz, conhecido local de extermínio em massa de judeus pelos nazistas, entre outras coisas, exclamou: “Onde estava Deus naqueles dias?” “Por que não se manifestou?” “Como pôde permitir essa matança sem limites, esse triunfo do mal?” O mal dos nazistas não triunfou, pois apenas morreram os corpos dos judeus, já que seus espíritos são imortais (Mateus 10,28).

Porém, pela lei espiritual universal de causa e efeito ou cármica, nós colhemos o que plantamos. E os israelenses do Velho Testamento dizimaram muitos de seus inimigos. Assim, pela lei cármica, os judeus, vítimas dos nazistas, não seriam reencarnações dos judeus do Velho Testamento queimando o seu próprio carma coletivo negativo? Para evitar mal-entendidos, declaro aqui que condeno de modo incondicional os horrores praticados pelos nazistas contra nossos irmãos judeus.

Aliás, quem é responsável pela execução de um carma negativo de alguém, está purificando esse alguém de seu carma, é verdade, mas está criando outro carma para si próprio. Por isso, Javé disse que quem matasse Caim, que matou seu irmão Abel, morreria sete vezes (Gêneses 4,15). O negócio é, pois, perdoar, para que seja desfeita a cadeia de causa e feito.

E Deus não poderia jamais impedir o lamentável holocausto dos judeus, pois, se o fizesse, estaria intervindo no livre-arbítrio dos nazistas. E em Auschwitz, Bento 16 deve ter tido uma inspiração de um espírito atrasado e não de um Espírito Santo, pois suas palavras dão a entender que ele põe Deus na berlinda, já que nos faz pensar, no mínimo, que Deus teria pecado por omissão, o que seria um absurdo!

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José R. Chaves
Escritor, professor de português, jornalista, biblista, teósofo, pesquisador de parapsicologia e do Espiritismo. Tradutor de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, de Kardec. E autor dos livros, entre outros, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” e “A Face Oculta das Religiões”, ambos lançados também em inglês nos Estados Unidos.
Esta reflexão não necessariamente representa a opinião do GAE, e é de responsabilidade do expositor.

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