Pondo mais luz no Espírito Santo Trinitário

Os leitores desta minha coluna em O TEMPO continuam me fazendo perguntas sobre o Espírito Santo. Realmente, em vão, os teólogos cristãos da Santíssima Trindade fizeram e continuam fazendo um grande esforço para sua divulgação e aceitação, a partir da sua   instituição no final do Século IV.  Aliás, ela própria ficou mais complicada com a criação Dele.

Os nossos antepassados deixaram-nos sinais de que eles já tinham contatos com os espíritos dos mortos através de pessoas de suas comunidades, entre as quais são bem conhecidos de nós os pajés, os chamãs, os profetas, os pneumatas etc, depois de Kardec, conhecidos por médiuns e paranormais. E os fenômenos com eles são chamados de mediúnicos apenas quando há envolvimento de espíritos.

Em várias colunas em O TEMPO, tenho demonstrado que os teólogos trinitaristas usavam nos seus escritos em grego e latim e nas traduções para o português e outras línguas o artigo definido “o” diante do Espírito Santo, quando deveria ser usado corretamente o artigo indefinido “um”.  Isso foi para dar o entendimento errado de que Ele era um só, pois, antes da sua criação como Terceira Pessoa Trinitária, os espíritos, como vimos, já se manifestavam desde priscas eras. E no evangelho há um texto muito conhecido que diz que os pecados são perdoados, menos os contrários ao Espírito Santo. Será que Jesus disse isso mesmo ou se trata de uma das interpolações? Jesus nos ensinou que temos que pagar tudo até o último ceitil, o que quer dizer que nenhum pecado é perdoado! Mas como vimos, em linhas anteriores, os contatos entre nós e os espíritos já eram conhecidos desde os longínquos tempos, através dos seus recebimentos pelos pneumatas (conhecidos hoje, como dissemos por médiuns, e agora também pelos estudiosos dos pulmões). E essa palavra, vejam só, passou a fazer parte, igualmente, de um tratado teológico cristão sobre o Espírito Santo Trinitário, que complica mais ainda as coisas, destacando-se entre seus adeptos os chamados pentecostais evangélicos e os carismáticos católicos.

E aqui pergunto por que será que muitos bispos da Igreja encaram com uma certa reserva os carismáticos? E faço mais outra pergunta que não quer calar: o Espírito Santo é outro Deus? A resposta óbvia é não. Mas é um espírito bom ou mau, daí que eles têm que ser examinados por nós (1ª  Carta de João 4:1), para sabermos se merecem crédito ou não.

E aí fica mais do que claro, como já vimos, que se trata da velha prática do contato com os espíritos através dos pneumatas (médiuns), desde a Antiguidade, a partir, principalmente, da era do Homo Sapiens, surgida, mais ou menos, desde uns trinta a cinquenta mil anos.

Artigo publicado no jornal O Tempo em 01/04/2024
PS: (*) Com este colunista, “Presença Espírita na Bíblia”, na TV Mundo Maior. Vídeos de palestras e entrevistas em TVs no YouTube. Seus livros na Amazon, inclusive os em inglês. E a tradução da Bíblia, Novo Testamento. Contato Cássia e Cléia. contato@editorachicoxavier.com.br 

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José R. Chaves
Escritor, professor de português, jornalista, biblista, teósofo, pesquisador de parapsicologia e do Espiritismo. Tradutor de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, de Kardec. E autor dos livros, entre outros, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” e “A Face Oculta das Religiões”, ambos lançados também em inglês nos Estados Unidos.