Se pensarmos bem, todo ser vivo é divino, principalmente o humano, que foi criado à imagem e semelhança de Deus, o que é reforçado por outro texto bíblico: ao criar o corpo de Adão do pó da terra, Deus soprou (figurativamente) em suas narinas a sua alma vivente.
Os teólogos e bispos antigos imaturos divinizaram Jesus Cristo no polêmico Concílio de Niceia, em 325, convocado e dirigido por Constantino. Eles usaram a expressão de que Jesus Cristo foi “gerado, e não criado” por Deus, o que é um jogo de palavras com o mesmo significado! Os que foram contrários à divinização de Jesus eram ameaçados por Constantino. E, assim, foi aprovado o dogma de que Jesus Cristo é também Deus ou da “mesma substância” de Deus (em grego: “Homoousios”), o que deu origem ao Credo Niceno-Constantinopolitano), citado nas missas. Foram contra ele Ário e seus comandados. Santo Atanásio liderou os teólogos que defendiam a ideia de que Jesus Cristo era de substância “semelhante” à de Deus e que era expressa pela palavra grega “Homoiousios” (note-se que esse vocábulo tem um “i” a mais). Havia, ainda, outra corrente apoiada pela maioria dos teólogos e que, em grego, era “Anomoios”, a qual pregava que Jesus Cristo era de “substância diferente” da de Deus. Mas, como vimos, foi vitoriosa a apoiada por Constantino: “Homoousios” (“mesma substância” de Deus). Será que Deus tem mesmo “substância”?
Com a divinização de Jesus, para a formação da Santíssima Trindade, ficou faltando ainda uma terceira pessoa. Então, os teólogos criaram o Espírito Santo Trinitário. Mas são Paulo, 350 anos antes, o havia imaginado diferente do Trinitário, dizendo: “Não sabeis vós que sois templo de Deus que habita em vós?” (1Coríntios 3: 16). Realmente, os espíritos que somos, como já vimos, são gerados por Deus como se fossem sopros Dele. Várias correntes religiosas denominam-nos de “centelhas divinas” ou “emanações divinas”. Para outras, são o Cristo Interno de cada um de nós. E, então, por meio desse Cristo Interno de nós, ou de deuses relativos, e com sua própria identidade humana de cada um de nós, e não com a identidade divina do Deus único e absoluto, é que nós somos santuários de Deus. Outras partes bíblicas confirmam essa verdade: “Vós sois deuses” (Salmo 82; João 10: 34; e Colossenses 1: 27). Para saber mais: meu livro “A Face Oculta das Religiões”, editado também em inglês, nos Estados Unidos.
Como vimos, se Paulo se referiu ao Espírito Santo que somos, mais ou menos, uns três séculos antes de os teólogos instituírem o Espírito Santo Trinitário, Paulo se referiu mesmo foi ao Espírito Santo que cada um de nós é, e não ao Trinitário, que nem sequer ele conheceu!