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Prazer não é pecado, e sofrimento não é culto

Existe uma tendência entre nós cristãos para valorizarmos o sofrimento como se ele fosse agradável a Deus, enquanto que os nossos prazeres e alegrias lhe seriam desagradáveis e, às vezes, até como se eles fossem pecados.

Creio que o sofrimento de Jesus na cruz é que faz muitas pessoas pensarem assim erradamente. Uns até dizem que Jesus sofreu muito mais na cruz e se achando, assim em sofrimento, muito bem perante Deus. Essas concepções estão totalmente erradas e até dariam a ideia absurda de que Deus seria sádico.

Realmente, se Deus é amor, como ensina o apóstolo e evangelista são João, Ele só nos deseja, com seu amor infinito, por todas as eternidades, de modo incondicional e sem exceção. Sim, somente felicidades, prazeres e alegrias sem fim que podemos esperar do amor de Deus por nós.

É por isso que Jesus nos ensinou que nós, também, devemos amar o nosso Senhor Deus com todo nosso coração, com toda nossa alma, com todo nosso entendimento e com toda nossa força. (São Marcos 12: 34). E Jesus completou esse ensino que é, também, o primeiro dos Dez Mandamentos, ou Decálogo, dizendo que esse amor nosso todo especial para com Deus inclui o nosso amor para com o nosso próximo que deve ser igual ao que nós temos para com nós mesmos.

O que acabamos de ver sobre o nosso amor para com Deus e nosso amor para com o nosso próximo na mesma medida que nós nos amamos não é novidade. Sentimos que temos que amar a Deus sobre todas as coisas ou sobre tudo, pois, no fundo foi Ele que nos criou e nos mantém vivendo. E quanto ao nosso amor para com o nosso próximo que deve ser igual ao amor que temos para conosco, não nos surpreende, também, pois, como até fiz uma coluna em O TEMPO, há um ano, mais ou menos, com o título “Nós, para vivermos, precisamos uns dos outros”, ou seja, precisamos estar em paz uns com os outros, amando-nos mutuamente, para que possamos, também, nos servir bem, reciprocamente.

Sobre isso, vejamos o que nos diz o excelso Mestre: Se você estiver no altar fazendo ofertas a Deus e se lembrar de que não está bem com um seu semelhante, interrompa suas ofertas e vá reconciliar-se primeiro com ele, e só depois, volte para continuar suas ofertas. (São Mateus 5: 23-24). E mais outra passagem do Maior dos mestres que, também, tem algo a ver com o assunto que eu e vocês querido leitor e querida leitora estamos vendo: Eu não vim ao mundo para ser servido, mas para servir. (São Mateus 20: 28).

E terminamos lembrando que se prazer e alegria fossem pecados, quando conquistarmos o mundo astral celestial, viveríamos sempiternamente pecando!

Artigo publicado no jornal O Tempo em 05/08/2024
PS: (*) Com este colunista, “Presença Espírita na Bíblia”, na TV Mundo Maior. Palestras e entrevistas em TVs com ele no YouTube e Facebook. Seus livros estão na Amazon, inclusive os em inglês, e a tradução da Bíblia (N.T.). Contato (Cássia e Cléia): contato@editorachicoxavier.com.br ou jreischaves@gmail.com 

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José R. Chaves
Escritor, professor de português, jornalista, biblista, teósofo, pesquisador de parapsicologia e do Espiritismo. Tradutor de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, de Kardec. E autor dos livros, entre outros, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” e “A Face Oculta das Religiões”, ambos lançados também em inglês nos Estados Unidos.