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Qual o caminho para o inferno?

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Frequentemente encontramos algumas pessoas que, não suportando um pensamento religioso contrário ao seu, dizem que todos os outros irão, “de cabeça para baixo”, para o inferno.

Sem querer, pegamo-nos pensando sobre isso, quando nos ocorreu o seguinte: e se perguntasse a elas qual é o caminho para o inferno, será que teriam alguma resposta para dar-nos? Ou será que estariam mandando alguém para um lugar onde conhecem bem, uma vez que é muito comum recomendarmos aos outros aquilo que provamos ser bom, não é mesmo?

E achamos muito interessante que, quando nos mandam para o inferno sempre dizem: “vá para o meio do inferno”. Imaginamos que a essa altura o meio do inferno deve estar tão cheio que não cabe mais ninguém, assim deveriam nos mandar é para sua extremidade que deve estar completamente vazia e não para o meio onde não cabe nem mais uma sombra.

Não há como admitir que a Suprema Bondade possa ter um lugar para manter, por toda a eternidade, os que erram. Qual o sentido disso, se não é dada nenhuma oportunidade aos que erraram de se redimirem de seus erros? Seria a justiça humana mais perfeita que a Divina, já que, pela legislação humana, o legislador teve a preocupação de proporcionar ao indivíduo, que cometeu algum crime, a oportunidade de, após pagar por ele, se reintegrar à sociedade, de onde foi excluído por um determinado tempo?

Já dissemos, e sentimos que devemos sempre repetir, que o grande erro dos teólogos do passado, e dos atuais que os seguem sem refletir sobre isso, foi admitir que um ser infinito possa ser ofendido por um ser finito e que por isso vá manter infinitamente em cativeiro o ofensor. Vemos que na verdade essa maneira de pensar está sendo providencial para algumas correntes religiosas, pois é um meio de encabrestar seus adeptos, de modo a fazer com eles o que bem entendem. Claro fica, quando percebemos que grande parte delas só se preocupam em receber o dízimo dos fiéis, como se ele fosse a única maneira de nos livrarmos do inferno, é essa ideia que querem manter a qualquer custo. Pagando o dízimo estaríamos pois comprando a chave da porta do céu.

A maioria delas fala mais em Satanás que no próprio Deus, dando a esse personagem, criado pela imaginação humana, tanto ou mais poder que o próprio Criador do Universo. Temos, então, uma criatura sendo tão poderosa quanto o seu Criador. Isso é um absurdo, não concordamos com esse tipo de pensamento, já que isso seria rebaixar o Supremo Criador a uma condição de inferioridade.

É chegado o tempo de mudanças, e muitas delas virão pela própria força do progresso do ser humano, que num futuro, talvez nem muito distante, não aceitará mais nada sem o necessário questionamento. Quando Jesus disse: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”, estava nos dizendo para buscar a verdade. Ora, somente encontraremos a verdade com muita pesquisa, muito estudo e o questionamento é peça fundamental neste processo de aprendizado. A verdade sobressairá, não importa se tentam abafá-la com dogmas, interpretações de conveniência ou falsos raciocínios, pois ela é como um olho de uma nascente d’água, por mais que tentemos tampá-lo, ele sempre surge mais à frente.

Timóteo disse: “Deus quer que todos os homens sejam salvos e cheguem a conhecer perfeitamente a verdade” (1Tm 2,4). Eu pergunto: quem poderá ir contra a vontade de Deus?

 

Pense nisso.

Paulo da Silva Neto Sobrinho
Ago/2002.

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Paulo Neto
É palestrante e articulista da Mídia Escrita Espírita e não Espírita, com vários artigos publicados em um grande número de jornais e revistas, muitos dos quais poderão ser encontrados na Internet e principalmente neste site.
Esta reflexão não necessariamente representa a opinião do GAE, e é de responsabilidade do expositor.

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