Muito difícil será conseguir de nossos antagonistas que sobreponham, nos seus estudos, o amor da verdade ao dos princípios que defendem. (IMBASSAHY).
Se o Espiritismo é uma falsidade, ele cairá por si mesmo; se, porém, é uma verdade, não há diatribe que possa fazer dele uma mentira. (KARDEC).
Introdução
Estamos às vésperas de se comemorar um século e meio de existência do Espiritismo, que, desde o seu início, foi, e ainda continua sendo, sistematicamente atacado por fundamentalistas, que, por andarem de viseiras, não enxergam nada além do que lhe ensinaram. Certamente, que a razão deste ataque é porque, lhe percebendo a verdade, eles tentam, de todas as maneiras, fazer com que o povo o veja como se fosse algo danoso à sociedade. Não era de se esperar outra coisa, pois até mesmo o nosso Mestre foi atacado pelos de sua época, já que a verdade, de que era portador, incomodava sobremaneira, a liderança religiosa, que tanto fez que acabou por pregá-lo numa cruz. Ainda bem que nos tempos atuais a inquisição não é outra coisa, senão um triste registro histórico de até aonde pode chegar a prepotência humana em querer enquadrar todos num só tipo de pensamento.
Essa célebre frase de Kardec, que colocamos na abertura de nosso texto, continua fazendo sentido ainda nos tempos atuais, pois, apesar de todo esse ataque, continuamos vivos. E, por sinal, cada vez mais vivos do que nunca, haja vista que os assuntos Espíritas estão na mídia, falada, escrita e televisada, provando o crescente interesse das pessoas pelos conhecimentos de que somos portadores. Não nos colocamos como os “donos da verdade”, porquanto deixamos isso aos fundamentalistas. O que nós apresentamos são princípios que poderão ou não ser aceitos, se não o forem hoje, certamente, o serão amanhã, quando o indivíduo que não o aceita terá progredido o suficiente de forma a aceitá-los. Isso, dentro de uma situação normal, sem qualquer tipo de imposição, até mesmo porque sabemos que cada um tem um determinado nível de conhecimento e que, portanto, não há como igualar todas as pessoas num mesmo plano.
Sempre nos aparece um ou outro, que, talvez, se julgando mais esperto do que todos os que já tentaram e não conseguiram, traz seus argumentos visando derrubar o Espiritismo, nos quais não percebemos nada de novo; mas, tudo não passa dos velhos e surrados argumentos anteriores, algumas vezes, com nova roupagem, já que tudo quanto fala foi sobejamente refutado, quando não por Kardec, por outros autores Espíritas que se indignam contra aqueles que querem nos tirar o direito de pensarmos, conforme nosso entendimento. Inclusive, esse direito individual é garantido na Constituição, lei máxima de nosso país, quando assegura plena liberdade religiosa a cada brasileiro.
Sobre a reencarnação, Kardec não deixou de rebater os críticos; dele transcrevemos:
Quanto à reencarnação, de duas coisas uma: ou ela existe, ou ela não existe: não há meio termo. Se ela existe, é que está nas leis da Natureza. Se um dogma diz outra coisa, trata-se de saber quem tem a razão, o dogma ou a Natureza, que é obra de Deus. A reencarnação não é, pois, uma opinião, um sistema, como uma opinião política ou social, que se pode adotar ou recusar; é um fato ou não o é; se é um fato, é inútil não ser do gosto de todo o mundo, tudo o que se disser não o impedirá de ser um fato. (KARDEC, 1993a, p. 266).
Essa fala deveria ter sido suficiente para deixar os contraditores no seu devido lugar; entretanto, insistentemente voltam à carga. Vejamos então o que diz esse novo crítico.