É consenso geral entre os teólogos, principalmente os cristãos de todos os tempos, que Deus é imutável. Assim, a doutrina de que Deus, em Jesus Cristo, se tornou homem, afirmada no Concílio Ecumênico de Constantinopla, em 325, entra em choque com a tese de que Deus é imutável.
Por vários motivos filosóficos e científicos da física clássica e da moderna quântica, Deus é sempre o mesmo, sendo Ele incriado e a causa primeira de tudo que existe e vier a existir. Dizendo de outro modo, Deus é a única causa não causada.
A Igreja, por ter sido muito poderosa na Idade Média antes e depois dela, influiu muito contra o desenvolvimento científico daqueles tempos, mas, exatamente por causa do ainda pouco desenvolvimento científico e filosófico em geral da época, ora ela o prejudicava, ora colaborava com ele; sim, pois o clero sempre teve uma sólida e respeitada cultura geral e, portanto, tinha que influenciar a evolução de suas respectivas épocas.
Mas, repetimos, por causa do próprio atraso cultural da época, a Igreja, por questões doutrinárias ainda mal definidas, acabou prejudicando esse desenvolvimento científico e as suas próprias doutrinas.
Porém, como diz o ditado popular “errando é que aprendemos”, a Igreja deu a volta por cima, recuperou-se e até passou a colaborar bastante para o desenvolvimento científico e filosófico em geral, de que são provas as suas numerosas pontifícias universidades católicas espalhadas por todo o mundo, até mesmo em países de minoria católica.
Quanto à imutabilidade ou permanência de Deus, ainda existem no cristianismo controvérsias, como a citada anteriormente, do Concílio de Niceia, que precisam ser resolvidas para que não sirvam de pretextos para que seus adversários continuem a desacreditá-lo.
O fundamento principal que o cristianismo herdou do judaísmo e do próprio Jesus Cristo – que, aliás, é o maior judeu da história – é o monoteísmo praticado no Oriente Médio e em suas vizinhanças enquanto o resto do mundo, naquela época, era todo politeísta.
E, com todo o respeito à doutrina de Niceia, cremos que Jesus é um Deus humano, como todos nós somos: “Vós sois deuses” (Salmo 82:6; e João 10:34). Porém, entre nós Ele é um Deus muito especial, mas tanto Ele como nós somos deuses relativos, enquanto que o Deus pai de Jesus e de todos nós, incriado e único, é Deus absoluto!
E este Deus verdadeiro do judaísmo e do próprio Jesus Cristo, para o qual Jesus Cristo orava e nos ensinou a orar também, com portas e janela fechadas, é que é verdadeiramente imutável.