Série: O Espiritismo na Bíblia – Qual ressurreição da carne, na carne ou a do Espírito?

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“O erro não se torna verdade por se difundir e multiplicar facilmente. Do mesmo modo a verdade não se torna erro pelo fato de ninguém a ver.” (MAHATMA GANDHI)

Pode parecer algo estranho, mas, em nossa percepção, há esses três tipos de ressurreição citados no título, que acabam por provocar, em certas pessoas, uma confusão imensa no entendimento ou na interpretação de textos bíblicos, pois, muitas vezes, tomam-nos como se fossem um só: ressurreição da carne.

Não bastasse isso, ainda temos no dogmatismo teológico um grande obstáculo ao desenvolvimento de um raciocínio lógico que, sem qualquer dificuldade, permitiria se captar aquilo que determinado autor bíblico quis dizer.

Outro ponto importantíssimo, que jamais pode ser deixado de lado, é ter conhecimento da cultura da época, ainda que seja mínimo, pois ele nos direcionará ao verdadeiro significado da narrativa ou do pensamento que estamos lendo.

Consultado o Dicionário Priberam, temos:

Ressurreição: (latim resurrectio, -onis) substantivo feminino 1. Ato de ressurgir; 2. Vida nova; renovação; 3. Reaparição; 4. Cura extraordinária, inesperada; 5. Festa em que a Igreja católica festeja a ressurreição de Jesus Cristo.

Ressuscitar: verbo transitivo 1. Fazer voltar da morte à vida; 2. [Figurado] Restaurar, fazer reviver; verbo intransitivo 3. Voltar da morte à vida; ressurgir; 4. Aparecer novamente; 5. [Por extensão] Restabelecer-se de uma doença muito grave; 6. Escapar a um perigo mortal.

Ressurgir: verbo intransitivo 1. Surgir de novo; 2. Ressuscitar; voltar à vida.

Se a nossa concepção é das que admitem o ser humano como sendo “corpo físico + Espírito”, componentes estes que não vivem isoladamente, então o conceito de ressurreição seria o do corpo baixado à sepultura, no fim dos tempos, reviver. Teríamos, por consequência, a ideia vulgar da ressurreição da carne.

Essa seria uma visão ortodoxa que, enceguecida pelo dogmatismo, não leva em conta o fato da Ciência afirmar que os elementos químicos que compõem a nossa vestimenta física serão, após a morte, dispersos, indo fazer parte do invólucro de outros seres, tais como as plantas, animais e homens.

Quando formos citar as obras da codificação espírita, traremos o argumento de Allan Kardec (1804-1869) a respeito do que ocorrerá com os elementos químicos.

Cumpre-nos informar que todos os grifos em negrito são nossos. Quando ocorrer de não ser avisaremos.

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Paulo Neto
É palestrante e articulista da Mídia Escrita Espírita e não Espírita, com vários artigos publicados em um grande número de jornais e revistas, muitos dos quais poderão ser encontrados na Internet e principalmente neste site.
Esta reflexão não necessariamente representa a opinião do GAE, e é de responsabilidade do expositor.

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