Quando o espiritismo ainda era pouco conhecido, ou seja, mais ou menos entre 1890 e 1920, os tradutores da Bíblia, padres e pastores, não deram muita importância às passagens originais com ideias espíritas em hebraico e grego, deixando-as passar para o português e outras línguas.
Porém, com a grande propagação do espiritismo, a partir da segunda metade do Século XX, os tradutores, padres e pastores tiveram a sua atenção voltada para essas passagens bíblicas de conteúdos que lembram as ideias de manifestações de espíritos através dos médiuns – cujo número passou a crescer muito como, aliás, atualmente, vem acontecendo mais ainda –, confirmando as profecias bíblicas de Joel e lembradas por são Pedro (Livro de Atos 2: 14-38), quando disse: Vossos filhos e filhas profetizarão. Os jovens terão visões e os velhos terão sonhos. Espalharei também do meu Espírito (ideias divinas) sobre os meus servos e servas, e eles hão de profetizar em meu nome, naqueles dias…
E, por oportuno, lembramos aqui que são as pessoas médiuns (no cristianismo primitivo pneumatas) que profetizarão “em meu nome”, o que quer dizer que não é o próprio Deus que profetizará, mas um espírito bom, bem evoluído ou santo enviado que, ‘em nome’ fará profecias (verdadeiras e não falsas) como nos ensina são João na sua Primeira Carta 4: 1, pedindo-nos para não darmos crédito a qualquer espírito).
De fato, como Kardec explica, os profetas bíblicos são médiuns, ou seja, pessoas que recebem espíritos bons, santos, o que confere com o (melhor um) Espírito Santo da Terceira Pessoa Trinitária. Daí que os teólogos trinitaristas ou criadores da Terceira Pessoa Trina ensinavam que para o clero manifestava-se o (um) Espírito Santo, já para os leigos manifestavam-se “daimones” (espíritos) maus ou ainda atrasados.
Ora, se existem os “daimones” maus que se comunicam com os leigos, existem, também, os “daimones” bons, isto é, os que se comunicam com o clero, e não o Espírito Santo da Terceira Pessoa, o que lembra também o ensino de João em sua Primeira Carta 4:1 acima citado.
Por causa do espaço da coluna, vamos dar apenas dois exemplos dos erros das traduções novas da Bíblia. Em São Mateus 19: 28; e Tito 3: 5, a palavra grega e também portuguesa ‘palingenesia’, que significa reencarnação, foi traduzida, erradamente, por ‘regeneração’, e truncados os dois textos bíblicos de Mateus e de Paulo a Tito, eliminando, totalmente, a ideia da reencarnação ou do ‘nascer de novo’ do espírito. A regeneração ocorre nos tempos da palingenesia, porém, palingenesia não significa regeneração, mas reencarnação.
E o mais lamentável desses erros das traduções novas da Bíblia é que eles são propositais!<