Paulo Neto nos mostra nesta sua obra, de modo bastante criterioso e competente, que a doutrina da trindade não foi uma inovação da Igreja cristã, e que a ideia de uma divindade composta por três pessoas distintas já existia, minimamente, entre os Cabiras (Suméria), os Órficos (da Grécia), nos mistérios de Elêusis, na antiga Canaã, no Egito, na Índia, na China, na Pérsia, na primitiva Germânia e entre os druidas.
Paulo Neto também nos mostra que a doutrina da trindade não é encontrada explicitamente no Novo Testamento e que foram necessários vários artifícios intelectuais, empregados ao longo do tempo, para justificá-la.
E nos mostra ainda que essa doutrina pode ter sido introduzida como fruto do pensamento de leigos poderosos (no caso, os imperadores bizantinos), por fins meramente interesseiros e políticos, e anuído pelos teólogos por coerção ou por eles se coadunarem com os mesmos princípios egoístas.