Nesta obra, Paulo Neto analisa a doutrina da trindade, mostrando que não foi uma inovação da Igreja Cristã, pois a ideia de uma divindade composta por três pessoas distintas já existia em várias culturas antigas, como na Suméria, Grécia, Egito, Índia, China, Pérsia, entre outras. Ele aponta que a trindade não é explicitamente mencionada no Novo Testamento e que foram necessários diversos artifícios intelectuais para justificá-la ao longo do tempo, muitas vezes motivados por interesses políticos e egoístas.
Immanuel Kant, em 1784, observa que os homens, mesmo perseguindo seus interesses particulares, seguem inadvertidamente um propósito da natureza. Kant e Montesquieu debatem sobre as formas de governo, destacando que a forma republicana é a que melhor evita a tirania e promove a liberdade e a paz. Através dessa reflexão, pode-se vislumbrar que a introdução da doutrina da trindade poderia ter sido motivada pela necessidade de uma autoridade divina não despótica.
Por fim, mesmo que a doutrina da trindade tenha sido introduzida no Cristianismo por motivações pouco nobres, Neto sugere que não devemos rejeitá-la apressadamente. A ideia de uma autoridade divina exercida de forma republicana, com mais de uma pessoa, pode ser válida tanto no Reino de Deus quanto nos reinos terrenos.
Boa leitura!