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Turbulências da fé

No dia 7-7-2003, publiquei no jornal: “As religiões e a mídia”, em que mostrei estar a mídia católica brasileira nas mãos de correntes muito conservadoras, que entravam a caminhada da, Igreja. Mas nisso fui comedido, não “dando nomes aos bois”, para não denegrir a imagem da Igreja.

Lamentavelmente, por causa de alguns dogmas criados no passado, às pressas, e em momentos de disputas teológicas acaloradas dominadas pelo ego, orgulho, arrogância e até ódio por parte de teólogos e bispos, a Igreja Católica é a religião que mais erros têm a serem corrigidos.

Ela já pediu perdão por alguns desses seus erros do passado, mas ela ainda tem muitos outros erros doutrinários dogmáticos a serem corrigidos, e de que ela terá, sim, que pedir também perdão no futuro, os quais vêm dividindo os cristãos, cada vez mais, ao longo dos séculos. Nos tempos passados, quem negasse um dogma, morria na fogueira, o que quer dizer que eles foram impostos à força aos fiéis, e não pela razão e a lógica.

E hoje, as pessoas simples e “analfabetas de pai e mãe” em teologia aceitam os dogmas por preguiça, comodidade ou incapacidade para uma reflexão mais profunda sobre eles. Mas entre os teólogos de todas as religiões cristãs reinam as dúvidas, as polêmicas e a descrença nos dogmas.

Porém, por interesse de manterem seus privilégios e, inclusive, seu “ganhapão”, os teólogos (não todos) dão a entender que crêem piamente nos dogmas, e, assim, encabrestam mentalmente seus fiéis.

O Jesuíta Teilhard de Chardin, com suas revolucionárias teses filosóficas e científicas, deu início a um movimento de reforma da mentalidade da Igreja, e que culminou na realização do Concílio Ecumênico Vaticano 2, convocado pelo Papa João 23 em 1963. A Igreja, “pisando em ovos”, vem caminhando com dificuldades para se inovar, por causa dos conservadores.

E o que eu evitei dizer naquela minha coluna, “dando nomes aos bois”, diz o jornal “Movimento Novo” Nº 97, de dezembro de 2003, das Paróquias N. Srª da Paz, N.Srª da Conceição, Stª Inês, Senhor Bom Jesus, São Pio 10 e São Cristóvão, em seu artigo “Teologia da Encarnação” – tema da palestra do pe. Palácio: “…devemos ter coragem, principalmente as instâncias da Igreja dotadas de mando, para enfrentar as sementes disso que cresce a cada dia na Rede Vida, Canção Nova, Século XXI e similares que, em nome da evangelização, acabam estragando a consciência cristã.”

De fato, com as turbulências de uma fé que quer ressuscitar idéias religiosas caducas do passado, essas organizações, com o poder da mídia católica brasileira nas mãos, retardam a imprescindível urgente reforma da Igreja!

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José R. Chaves
Escritor, professor de português, jornalista, biblista, teósofo, pesquisador de parapsicologia e do Espiritismo. Tradutor de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, de Kardec. E autor dos livros, entre outros, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” e “A Face Oculta das Religiões”, ambos lançados também em inglês nos Estados Unidos.