As virtudes, teologicamente falando, são antônimos dos vícios. Essa palavra deriva-se do genitivo latino “virtutis”, e significa força, resistência. Daí a palavra “viril”, que tem também a mesma raiz. E, de fato, o virtuoso é um forte, o oposto do viciado, que é um fraco diante do seu vício.
O viciado é bem caracterizado por santo Agostinho que disse: “O viciado é vítima do vício”. E, para se libertar do vício, o viciado tem, pois, que se tornar um forte, quase que mesmo um herói. As virtudes podem ser Cardeais e Teologais.
A etimologia de “cardeais” é o genitivo latino “cardis”, cujo significado é dobradiça. E, assim como a porta fecha-se e abre-se, movendo-se de um lado para o outro, mas tendo como suporte a dobradiça, todas as virtudes têm também como suporte as quatro virtudes cardeais: Justiça, Fortaleza, Prudência e Temperança. Já as Virtudes Teologais possuem sua origem nas palavras gregas “Theos” (Deus) e “logos” (razão, tratado, demiurgo, discurso).
Essas Virtudes Teologais, segundo a Teologia Católica, são-nos dadas por Deus. E elas são três: Fé, Esperança e Caridade. Na verdade, todas as coisas, remotamente falando, procedem de Deus. Mas em se tratando de nós, seres humanos, tudo tem que passar pelo crivo de nosso livre-arbítrio, que Deus respeita em toda a acepção a acepção da palavra. Se não fosse assim, nunca pecaríamos, e já nasceríamos todos perfeitos, como se fôssemos autômatos ou computadores e robôs já programados.
E, destarte, nós seríamos como os animais, cujo conhecimento é só na base do seu instinto ou psiquismo, pelo que jamais eles podem praticar as virtudes. Vale aqui lembrarmo-nos de que Deus, além de ser Espírito (João 4,24); “Amor” (1 João 4,16); “Ato Puro” (Aristóteles); “Inteligência Suprema” (Kardec); “Ser Incontingente” (santo Tomás de Aquino); e “O Único” ou “Brâman” (Filosofia Oriental); é também sabedoria (1 Samuel 2,3).
E é justamente à medida que nós descobrimos que é a verdade que nos liberta (João 8,32), que mais nos tornamos praticantes das virtudes, as quais nenhum outro ser pode praticá-las por nós, nem mesmo Deus e Jesus, já que Eles respeitam incondicionalmente o nosso livre-arbítrio. A parábola do Filho Pródigo deixa-nos isso muito claro (Lucas 15,11).