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A fé em Jesus Cristo salva; entretanto, fé não é só crença

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É muito conhecida a frase: “Quem tiver fé em Jesus Cristo, está salvo.” Por essa frase se entende que a salvação ou libertação é muito fácil. Mas será que é mesmo assim tão fácil?

Caberia aos líderes religiosos que estudam grego levar aos seus fiéis melhor esclarecimento no entendimento dos textos bíblicos. O de que vamos tratar é um exemplo de que, lamentavelmente, esse esclarecimento não acontece, quando já deveria ter acontecido há muitos séculos.

Os evangelhos foram escritos em grego. E a palavra grega evangélica “pistis”, traduzida por fé no português, significa também fidelidade.

E são Jerônimo, na sua Vulgata Latina, traduziu-a para o latim por “fides”. E “fides” em latim significa também fidelidade, além de fé. Quem tiver fé em Jesus Cristo se salva, às vezes, melhor se diria: Quem tiver fidelidade a Jesus Cristo, se salva. Ora, quem tiver fidelidade a Jesus Cristo, estudando e pondo em prática o seu evangelho, realmente, se liberta ou se salva.

Porém, ser fiel mesmo a Jesus Cristo, na fase atual de nossa evolução humana, não é fácil. Poderíamos dizer que quem é fiel a Ele de fato são as pessoas que são desapegadas em todo o sentido da palavra, o que acontece com aquelas pessoas que até renunciam a si próprias. E eis dois exemplos que nos deixam essa questão bíblica bem clara: “Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo.” (Lucas 14: 33); e “Dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome sua cruz e sigame.” (Luca 9: 23). A expressão “pegar sua cruz” significa aceitar ou colher o sofrimento do carma ou do mal feito no passado desta encarnação ou de outra. Sim, pois, ninguém consegue escapar da lei evangélica e cósmica de causa e efeito. Se alguém semear o mal, tem que colher o mal. “Em verdade te digo que não sairás dali, enquanto não pagares o último centavo.” (São Mateus 5: 26). O maior Mestre nos ensina nessa passagem que somos nós mesmos é que pagamos os nossos pegados, desde o primeiro até o último.

É verdade que são Paulo nos diz que o sangue de Jesus lava ou anula os nossos pecados, influenciado que ele foi pelos rituais de purificação do judaísmo e outras religiões da Palestina e de outras nações vizinhas dela. Devemos respeitar as ideias paulinas, mas aceitemos a verdade maior do Mestre dos mestres, que tinha até ojeriza para rituais de sacrifícios. “Misericórdia quero e não sacrifícios.” (São Mateus 9: 13). Mas reitero que devemos respeitar o pensamento paulino de sacrifícios, pois ele acreditava na eficácia dos sacrifícios de sangue derramado, que, às vezes, denomino de teologia do sangue. E esse pensamento de Paulo foi levado, inclusive, para os evangelhos, pois as cartas dele foram os primeiros textos escritos do Novo Testamento, cujos autores se basearam muito nesses textos paulinos.

Quem tem mesmo fidelidade a Jesus Cristo, obviamente, acredita de fato no ensino Dele. Assim, nesse caso, a fidelidade a Ele vem até à frente da fé Nele. Pode-se dizer, portanto, que essa fé verdadeira em Jesus Cristo salva mesmo, mas não uma simples fé ou crença Nele. Tal fé seria, pois, igual ou semelhante àquela conhecida de são Tiago: “A fé sem obras é morta” (Tiago: 2: 26). A fé, pois, só no sentido de acreditar não salva mesmo ninguém. Aliás, até o “diabo” crê em Jesus Cristo, e como crê!

 

José Reis Chaves
Outubro / 2016

PS: “Presença Espírita na Bíblia” com este colunista, na TV Mundo Maior, por parabólica digital e internet.

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José R. Chaves
Escritor, professor de português, jornalista, biblista, teósofo, pesquisador de parapsicologia e do Espiritismo. Tradutor de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, de Kardec. E autor dos livros, entre outros, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” e “A Face Oculta das Religiões”, ambos lançados também em inglês nos Estados Unidos.
Esta reflexão não necessariamente representa a opinião do GAE, e é de responsabilidade do expositor.

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