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Quando seremos componentes do Espírito Santo

A evolução dos espíritos é muito lenta

O título desta coluna poderia ser também: “Quando nos tornarmos partes da formação do Espírito Santo”. Ambos, à primeira vista, parecem estranhos para muitas pessoas cristãs, mas veremos que esses títulos são normais e corretos.

Ao ser criada a Santíssima Trindade pelos teólogos cristãos no século IV, o problema maior para eles foi o Espírito Santo, que, na verdade, são os “daimones”, no original grego da Bíblia (Novo Testamento), ou seja, os espíritos ou almas dos mortos que se manifestam por meio dos pneumatas, que passaram a ser denominados médiuns por Kardec na segunda metade do século XIX.

Para a Bíblia, portanto, os demônios, no seu original bíblico grego “daimones” (singular “daimon”), somos nós mesmos, as almas ou espíritos encarnados no momento e desencarnados quando nossos corpos morrerem.

Porém, com o passar dos tempos, “daimones”, ou demônios, passaram a ser todos considerados somente espíritos maus e de outra categoria não humana, o que foi um dos maiores erros de todos os tempos cometidos pelos teólogos, pois isso levou o cristianismo a pensar que eles, os “daimones”, fossem espíritos que foram criados já maus por Deus para azucrinarem a nossa vida.

Todavia, não é isso. Os “daimones” bons e maus são espíritos humanos criados por Deus neutros, isto é, nem bons, nem maus, e que se tornaram maus por seu livre-arbítrio – os quais, em um dia das eternidades, também por seu livre-arbítrio, já bem evoluídos, serão anjos. É normal que os teólogos antigos tenham errado sobre essa e outras questões teológicas, pois a humanidade era ainda pouco evoluída. O erro maior é dos teólogos atuais que insistem em se manter nos erros dos seus colegas antigos, que, se fossem inspirados por Deus ou um espírito santo mesmo, não teriam cometido tais erros.

Mas não condenemos, também, os teólogos de hoje, pois ainda não chegou a sua hora de conhecer a verdade. Lembremo-nos de que o ensino de João 8:32 traz os verbos no futuro: “Conhecereis” a verdade e ela vos “libertará”, quer dizer que é num futuro de evolução de cada um de nós. E, enquanto não chegar esse momento de nossa libertação ou de uma evolução necessária, somos prisioneiros de erros.

Ou seja, somos escravos de mentiras ou de falsas profecias provenientes de espíritos ainda pouco evoluídos, que são a maioria deles (Primeira Carta de São João 4: 1), pois a evolução dos espíritos é muito lenta, precisando nós de muitas reencarnações para que nos tornemos espíritos comunicantes bons e mesmo santos e para que passemos, assim, a ser componentes da Terceira Pessoa Trinitária, chamada de “Espírito Santo” pelos teólogos.

Artigo publicado no jornal O Tempo em 04/11/2024
PS: (*) Com este colunista, “Presença Espírita na Bíblia”, na TV Mundo Maior. Palestras e entrevistas em TVs com ele no YouTube e Facebook. Seus livros estão na Amazon, inclusive os em inglês, e a tradução da Bíblia (N.T.). Contato (Cássia e Cléia): contato@editorachicoxavier.com.br ou jreischaves@gmail.com 

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José R. Chaves
Escritor, professor de português, jornalista, biblista, teósofo, pesquisador de parapsicologia e do Espiritismo. Tradutor de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, de Kardec. E autor dos livros, entre outros, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” e “A Face Oculta das Religiões”, ambos lançados também em inglês nos Estados Unidos.