A convivência na casa espírita

Publicado na coluna Caminhos da Fé

Jornal do Commercio 18 04 2016

Sendo o homem um ser social, é sabido que ele não vive sozinho, muito pelo contrário, agrupa-se em núcleos e segmentos que formam a sociedade, contribuindo para a cultura, os costumes e tradições do local onde vive. Logo ao nascer, enfrenta o primeiro desafio do convívio no lar que o acolhe e já começam os desafios da caminhada encetada com as inúmeras diferenças de opiniões que encontra.

É bom lembrar que cada um de nós é uma individualidade personificada por nossas tendências, gostos e aspirações. Mas nem sempre atentamos para esse labirinto que se mescla a tantos outros na convivência comum. Obviamente, é preciso um esforço tenaz para aceitar tantas diferenças, que pela natureza e intensidade de cada uma delas, oferece-nos oportunidades para novas experiências.

Na Casa Espírita não é diferente. É um núcleo que acolhe pessoas que professam a Doutrina Espírita e cultuam um mesmo Deus. Contudo, no contexto da convivência dos espíritas e pelo conhecimento que todos possuem da Doutrina Espírita, há de se conceber que divergências de opinião sempre existirão, mas o trato harmonioso entre os pares deve prevalecer sob todos os aspectos.

Essa atitude de respeito ao próximo não é diferente de outras que devemos cultivar no convívio social diário. Entendemos que pelos preceitos cristãos que temos, devemos estar alertas para que aquela ambiência permaneça salutar.

É imperioso que tenhamos inspiração e proteção quando das tratativas de opiniões discordantes, principalmente no Centro Espírita, onde sempre buscamos a harmonia para as tarefas ali desenvolvidas. Importante reassaltar também que naquele recinto mais do que em outros lugares, somos alvos de influências maléficas direcionadas ao labor a realizar. Não podemos descuidar dessa ameaça constante e que sempre terá um alvo suficiente para criar um campo magnético negativo.

A nossa responsabilidade é bem maior, considerando as palavras de Jesus segundo Lucas 12:48:“ (…) A quem muito foi dado, muito será exigido; e a quem muito foi confiado, muito mais será pedido”. Esse conhecimento aliado ao que pregamos nos impele a uma reflexão quanto à prática que dele fazemos.

No livro “Aconteceu na Casa Espírita”, de Emanuel Cristiano ditado pelo Espírito Nora, Cap.1, pg.15-16,  encontramos: (…) Aqueles que guardam os ensinos de Jesus apenas nos lábios, os que trabalham por vaidade pura, os invejosos, melindrosos que não desejam se fortalecer, cairão nas teias dos malvados invasores, porque vibram na mesma sintonia dos inimigos da verdade”. (Grifos nosso).

Exemplos da espécie servem de alerta para todos aqueles que trabalham em Centros Espíritas, pelas ações desenvolvidas quando da pregação do Evangelho de Jesus esclarecendo aqueles que ali aportam. Essas atividades fazem com que sejamos “foco” de atenção para os irmãos menos esclarecidos e que a Luz Divina ainda não ancorou em seus corações…

Cabe ainda lembrar Mateus 26:41: ”Vigiai e orai, para não cairdes em tentação. O espírito, com certeza, está preparado, mas a carne é fraca”. Esse é o conselho, o caminho que devemos palmilhar buscando sempre a senda do bem. “Esqueçamos as imperfeições dos nossos irmãos e busquemos com perseverança vencermos as nossas”

Luiz Guimarães Gomes de Sá
Trabalha no Centro Espírita Caminhando Para Jesus

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Luiz G. G. de Sá
Médico, pianista, compositor, escritor e produtor cultural. É membro da Academia Pernambucana de Música, sucedendo Luiz Bandeira que por sua vez, ocupou a vaga do Patrono Luiz Gonzaga. Articulista do Jornal do Comércio e Diário de Pernambuco há vários anos. Vencedor de inúmeros festivais de frevo e hoje tem 42 frevos de rua entre outros do gêneros como jazz, bossa nova, noturno, etc. Trabalhador do Centro Espírita Caminhando Para Jesus.