É muito comum, entre os fundamentalistas, especialmente os que se tornaram ferrenhos detratores do Espiritismo, a tentativa de nos igualarem a eles, na questão de viver em meio a dogmas, como resposta ao fato de sempre estarmos denominando-os de dogmáticos. Diante disso, eles se esforçam, e muito, em demonstrar que também temos dogmas; para isso, apresentam como “prova incontestável” o fato de Kardec, num certo momento, expressamente, ter dito: “dogma da reencarnação”. Um bom exemplo disso, vamos encontrar em René Guénon (1886-1951), filósofo, metafísico e crítico social francês, foi um antiespírita de carteirinha, que na sua obra O erro Espírita, diz:
Na França mesmo, alguns dos primeiros espíritas, como Piérart e Anatole Barthe, separaram-se de Allan Kardec sobre este ponto; mas, hoje em dia, pode-se dizer que o espiritismo francês todo inteiro tem feito da reencarnação um verdadeiro “dogma”; Allan Kardec mesmo, aliás, não tinha vacilado em chamá-la com este nome. […] (GUÉNON, 2010, p. 197-198, grifo nosso).