Introdução
Em palestras que proferimos, às vezes, fazíamos questão de perguntar ao público “Deus perdoa?”, só para ver como as pessoas reagiriam diante de tão curioso questionamento. Invariavelmente a maioria dizia sim; nós afirmávamos que não, esperando um pouco para medir a reação (pura maldade, diria um amigo, mas se for, era com muito amor. Rsrs), depois explicávamos o porquê de nós pensarmos assim.
Só após um longo e bom tempo é que chegamos à conclusão de que Deus jamais perdoa, porquanto ele é “inofendível”, servindo-nos dessa palavra, ainda não dicionarizada, mas utilizada alhures por filósofos e estudiosos bíblicos, como por exemplo, Huberto Rohden (1893-1981) (1).
Realmente, para Deus se ofender, seria preciso que houvesse um ser que Lhe correspondesse em elevação e poder, o que, certamente, sabemos não existir. Ademais Ele teria que Se magoar com alguma coisa que Lhe fizéssemos; mas, obviamente, que no vocabulário divino não há essa palavra, que, aliás, não se coaduna com amor incondicional; visto que “O amor de Deus é para sempre” (Salmo 136), afirmação que, repetidas vezes, é recitada pelos hebreus, na grande ladainha de ação de graças por ocasião da Páscoa.