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Cada espírito ou todos eles são o quê?

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Aprofundando a questão do Espírito Santo Trino

Tenho abordado à saciedade o respeitado Espírito Santo da Santíssima Trindade. Os leitores assíduos desta coluna já sabem que é porque esse assunto trino é, sem dúvida, o mais complexo e complicado do cristianismo. Sempre há novos leitores de O TEMPO e, consequentemente, surgem também novos conhecedores desta coluna que precisam conhecer melhor seus assuntos que mexem com as doutrinas cristãs tradicionais. E as trinitaristas precisam ser mais conhecidas, pois muitos líderes preferem manter silêncio sobre elas, dada exatamente a sua confusão.

E vamos ao assunto. Os teólogos que criaram a Santíssima Trindade, em meados do ano 350, imaginaram que o Espírito Santo fosse um só espírito. Mas, na verdade, ele representa, como demonstram na prática os próprios teólogos do Espírito Santo, todos os espíritos que, por meio dos médiuns, pneumatas e profetas, comunicam-se com os chamados vivos do nosso mundo planeta Terra.

Esses contatos sempre existiram de que há provas desde a pré-história. E, no entanto, recentemente, vi num canal de televisão, um bispo católico já idoso, portanto, bem culto, falar que não existem contatos entre nós e os espíritos dos mortos. Será que ele é sincero ou não dá importância por estarmos no século XXI?

Criação da Santíssima Trindade

Quando a Santíssima Trindade foi criada pelos teólogos cristãos, eles sabiam que os espíritos se manifestavam por meio dos pneumatas ou profetas, depois de Kardec, chamados de médiuns. E tudo leva a crer que os teólogos, em sua maioria, evitavam definir o que era o Espírito Santo Trino. Seria ele Deus ou homem, ou Deus-homem? E, então, tiveram uma ideia genial, egoística em todo o sentido da palavra. Segundo eles, para o papa e os bispos em concílios ecumênicos, o Espírito Santo (tido mais como um Espírito Divino). Já para os leigos, os espíritos manifestantes eram os “daimones” maus.

Ora, se eles admitiam a existência dos “dimones” maus, é porque para eles existiam os bons “daimones”. E por que não seriam estes “daimones” bons que se manifestavam para eles, em vez de ser o Espírito Santo Trino, divino e único da Santíssima Trindade?

São João e os espíritos

É oportuno lembrar aqui que São João, na sua Primeira Carta 4: 1, nos recomenda examinarmos os espíritos (no plural!), para sabermos se merecem crédito, quando são de Deus, ou seja, do bem. Como se vê, não se trata do Espírito Santo Trino divino. Também São Jerônimo, na sua Vulgata Latina, preferiu falar “Spiritus bonus” a falar em Espírito Santo.

Muitos espíritos manifestantes, inclusive na Bíblia e por seus próprios autores, eram tidos como sendo o Espírito do próprio Deus. Teria isso influenciado a crença errada sobre o Espírito Santo Trino?

E o espiritismo, semelhantemente, ensina que o Espírito Santo Trino é o conjunto de todos os espíritos (“daimones”) bons ou maus que se manifestam, o que responde ao título dessa coluna que pergunta “Cada espírito ou todos eles são o quê?”

Artigo publicado no jornal O Tempo em 18/12/2023
PSCom este colunista, “Presença Espírita na Bíblia” na TV Mundo Maior, e a tradução da Bíblia (N.T.), revisada e com notas inéditas interlineares e em negrito. contato@editorachicoxavier.com.br
“Espiritualidade e Filosofia”, de Caruso Samel, Editora do Racionalismo Cristão, São Paulo, SP, encontrado em todas as suas livrarias e outras.
Para quem quiser acompanhar a discussão da coluna no jornal O Tempo. (CLIQUE AQUI)

José R. Chaves
José R. Chaves
Escritor, professor de português, jornalista, biblista, teósofo, pesquisador de parapsicologia e do Espiritismo. Tradutor de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, de Kardec. E autor dos livros, entre outros, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” e “A Face Oculta das Religiões”, ambos lançados também em inglês nos Estados Unidos.
Esta reflexão não necessariamente representa a opinião do GAE, e é de responsabilidade do expositor.

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