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Chico Xavier Está no Inferno?

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 “O sublime da virtude consiste no sacrifício do interesse pessoal para o próximo, sem oculta intenção.” (Allan Kardec)

Lemos o artigo que leva o título de Chico Xavier está no inferno, assinado pelo Pastor Renato Vargens no site CACP, correspondente ao link (www.cacp.org.br/chico-xavier-esta-no-inferno/). Diante de nosso direito inafiançável de resposta, analisaremos o que ele expõe e daremos a nossa contraargumentação.

Percebemos que o estimado Pastor pesquisou sobre a vida de Chico Xavier, principalmente após o lançamento do filme que retrata a vida do nosso querido Chico. Vejamos:

A imprensa brasileira celebra o lançamento do filme onde se comemora os 100 anos do nascimento do médium espírita Chico Xavier. Francisco Cândido Xavier, nasceu em Pedro Leopoldo, região metropolitana de Belo Horizonte, era filho de Maria João de Deus e João Cândido Xavier. Chico Xavier como mais tarde veio a ser conhecido, foi educado na fé católica. Chico teve seu primeiro contato com a doutrina espírita em 1927, após fenômeno espiritual verificado com uma de suas irmãs. Desde então, passou a estudar e a desenvolver sua mediunidade que, como relata em nota no livro Parnaso de Além-Túmulo, somente ganhou maior clareza em finais de 1931. O seu nome de batismo Francisco de Paula Cândido foi dado em homenagem ao santo do dia de seu nascimento, tendo sido substituído mais tarde pelo nome paterno de Francisco Cândido Xavier. Ao romper com o catolicismo romano Chico escreveu seus primeiros livros. Chico Xavier foi sem a menor sombra de dúvidas o mais conhecido dos espíritas brasileiros, tendo psicografado mais de 400 livros, incentivando o movimento espírita a revelar sua adesão à doutrina sistematizada por Allan Kardec.

Acreditamos que o autor se baseou na fonte do Wikipédia [1], devido a similaridades dos argumentos e cadência das ideias. Até o presente momento não temos o que discordar, mas adiante, veremos o que o estimado pastor quer transmitir neste artigo.

Caro leitor, ainda que a imprensa exalte as obras de Chico Xavier, a Bíblia nos ensina que a fé desenvolvida pelo médium o levou para o inferno. Sim! Chico Xavier está no inferno. Por mais honesto e caridoso 2 que ele tem tenha sido, ele está no inferno. Ele está sofrendo juntamente com todos aqueles que negaram a fé e ensinaram o falso evangelho. Ele está lá com todos que corromperam o evangelho da graça, ensinando um cristianismo de obras e carmártico. Ele está no inferno por ter ensinado e acreditado na doutrina da reencarnação, ele está no inferno por não ter recebido Jesus Cristo como seu único e suficiente Salvador, ele está no inferno por consultar os “mortos” e espíritos enganadores.

Aqui será o ponto em que iremos dar início no desenvolvimento da nossa contra argumentação. Principalmente quando o pastor nos diz que a fé desenvolvida por Chico Xavier o teria levado ao inferno. Antes, porém, teremos que esclarecer que Chico praticou a caridade em seu mais sublime ato em vida, levando alimento aos famintos, roupas aos que sentem frio, visitava aos que estivessem desalentados, enfim o consolo aos que sofriam. Jesus em sua advertência nos diz:

“Quando, pois vier o Filho do homem na sua glória, e todos os anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória; e diante dele serão reunidas todas as nações; e ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos; e porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos à esquerda. Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai. Possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me acolhestes; estava nu, e me vestistes; adoeci, e me visitastes; estava na prisão e fostes ver-me. Então os justos lhe perguntarão: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber? Quando te vimos forasteiro, e te acolhemos? ou nu, e te vestimos? Quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos visitar-te? E responder-lhes-á o Rei: Em verdade vos digo que, sempre que o fizestes a um destes meus irmãos, mesmo dos mais pequeninos, a mim o fizestes. Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o Diabo e seus anjos; porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; era forasteiro, e não me acolhestes; estava nu, e não me vestistes; enfermo, e na prisão, e não me visitastes. E eles lhe perguntarão: Senhor, quando foi que te vimos com fome, com sede, forasteiro, nu, enfermo ou preso e não te assistimos? Então, lhes responderá: Em verdade vos digo que, sempre que o deixastes de fazer a um destes mais pequeninos, a mim o deixastes de fazer. E irão estes para o castigo eterno, porém os justos, para a vida eterna”. (Mt 25:31-46).

Se as boas obras referem-se como mandamentos e após o esclarecimento desta visão, dentro do segundo capítulo da Epístola de Tiago, temos que concordar que tanto Jesus, quanto Tiago enfatiza o “amor a Deus sobre todas as coisas” e o “amar ao próximo como a si mesmo”, estes dois grandes mandamentos só poderão se cumprir através das boas obras e Chico Xavier o cumpriu de forma brilhante. Recomendamos o estudo dos textos “A fé sem obras está morta”, “Reencarnação ou Penas Eternas?” e “Seremos salvos ou teremos que nos salvar?”.

Quando o pastor reconhece que o Chico Xavier foi um homem honesto e caridoso, já poderia ter se poupado do esforço em escrever tal texto, pois como enfatizamos acima, a parábola dos bodes e das ovelhas já demonstra onde o querido Chico estaria. Mais adiante ele arremata que foi ensinado o falso 3 evangelho, mas lemos que a prática dos ensinamentos do mestre Jesus está acima de qualquer graça de graça. É preciso a prática das boas obras, senão a fé sem obras é morta.

Ainda assim o estimado pastor assevera que Chico Xavier está no inferno por não pregar o evangelho da salvação de graça, sem o mínimo de esforço por ser uma pessoa, como ele mesmo diz, “bondosa e caridosa”. Sabemos ainda que o pastor ao citar a reencarnação, não atentou para o diálogo entre Jesus e Nicodemos que Jesus nos diz que a reencarnação é uma lei natural (Jo 3:12), quer gostem ou não, aceitem ou não. Recomendamos inclusive, a pesquisa do nosso texto “O diálogo entre Jesus e Nicodemos”, para assim se esclarecer melhor.

Mais adiante ele assevera que Chico está no inferno por consultar os mortos, mas sabemos que Jesus entabulou tal fenômeno ao consultar na Sua transfiguração no monte Tabor, onde apareceu ao lado dos espíritos gloriosos de Elias e Moisés (Mt 17:1-13). Para não adentrarmos em tal tema, recomendamos ainda aos leitores e ao estimado pastor que estude nosso texto “A Comunicação com os mortos na Bíblia”.

Concluindo a nossa exposição, lemos o que o estimado pastor nos orienta. Vejamos:

Prezado amigo, Chico Xavier não foi a reencarnação de Allan Kardec. A reencarnação não existe, ela é uma doutrina falsa e demoníaca. Chico Xavier foi um pecador como todos os homens e como tal indesculpável diante de Deus. Chico Xavier está no inferno, por não ter tido os seus pecados perdoados pelo unigênito de Deus.

E quem foi que disse que Chico Xavier foi à reencarnação de Allan Kardec? Onde está esta fonte? Entendemos que Chico Xavier não é a reencarnação de Allan Kardec. Recomendamos aos leitores e ao pastor que pesquise mais um assunto antes de emitir uma opinião infundada ao estudar o artigo “Kardec reencarnou-se como Chico?”. Sobre a reencarnação, já expomos o que devemos entender por uma lei natural (Jo 3:12), quer o pastor aceite, ou não. Fechamos o estudo com a obra “O Céu e o Inferno”:

Intuição das penas futuras

1 – Desde todas as épocas o homem acreditou, por intuição, que a vida futura seria feliz ou infeliz, conforme o bem ou o mal praticado neste mundo. A ideia que ele faz, porém, dessa vida está em relação com o seu desenvolvimento, senso moral e noções mais ou menos justas do bem e do mal. As penas e recompensas são o reflexo dos instintos predominantes. Os povos guerreiros fazem consistir a suprema felicidade nas honras conferidas à bravura; os caçadores, na abundância da caça; os sensuais, nas delícias da voluptuosidade. Dominado pela matéria, o homem não pode compreender senão imperfeitamente a espiritualidade, imaginando para as penas e gozos futuros um quadro mais material que espiritual; afigura-se-lhe que deve comer e beber no outro mundo, porém melhor que na Terra. (1) Mais tarde já se encontra nas crenças sobre a vida futura um misto de espiritualismo e materialismo: a beatitude contemplativa concorrendo com o 4 inferno das torturas físicas. (1) Um pequeno saboiano, a quem o seu cura fazia a descrição da vida futura, perguntou-lhe se todo o mundo lá comia pão branco, como em Paris.

2 – Não podendo compreender senão o que vê, o homem primitivo naturalmente moldou o seu futuro pelo presente; para compreender outros tipos, além dos que tinha à vista, ser-lhe-ia preciso um desenvolvimento intelectual que só o tempo deveria completar. Também o quadro por ele ideado sobre as penas futuras não é senão o reflexo dos males da Humanidade, em mais vasta proporção, reunindo-lhe todas as torturas, suplícios e aflições que achou na Terra. Nos climas abrasadores imaginou um inferno de fogo, e nas regiões boreais um inferno de gelo. Não estando ainda desenvolvido o sentido que mais tarde o levaria a compreender o mundo espiritual, não podia conceber senão penas materiais; e assim, com pequenas diferenças de forma, os infernos de todas as religiões se assemelham. (KARDEC, A. O Céu e o Inferno, Capítulo IV, O Inferno).

Ademais, finalizamos o nosso estudo, entendendo que o inferno é um estado de alma, ou de consciência e Chico Xavier, como espírita cristão, cumpridor da máxima de Jesus quando em seus atos em vida expressou o amor ao próximo como a si mesmo, não poderia estar em outro lugar, senão ao lado do nosso Mestre Jesus. Com isso, deixaremos para os leitores um comentário do Padre Fábio de Melo, um expoente católico, conforme o artigo do estimado Wellington Balbo. Vejamos:

Assisti a entrevista que o Padre Fábio de Melo concedeu à jornalista Marília Gabriela no canal SBT – Sistema Brasileiro de Televisão no último domingo, 20/06/2010. Entre os inúmeros assuntos abordados, ele narrou um pitoresco fato envolvendo uma fiel que o procurou para falar acerca de um problema grave.A beata estava preocupada com a repercussão do centenário de nascimento do médium Chico Xavier. Filmes, reportagens e matérias pertinentes à vida do mineiro de Pedro Leopoldo, na opinião da senhora, exercem perniciosa influência na sociedade. Portanto, defensora da moral e dos bons costumes buscou o sacerdote para que ele, quem sabe, aceitasse comandar uma iniciativa dos padres contra a avalanche Chico Xavier. O padre Fábio de Melo tranquilizou, afirmando: Por que levantarmos vozes contra Chico Xavier, uma figura que exemplificou o amor, sensível e que dedicou toda sua vida ao semelhante? Não há razão para isso. Embora eu não seja reencarnacionista, admiro o cidadão Chico Xavier, sua sensibilidade… […] Fonte: [2] (http://visao- espirita.blogspot.com.br/2010/06/padre-fabio-de-melotece-comentarios.html)

[su_box title=”Referências bibliográficas” style=”default” box_color=”#d2d2d2″ title_color=”#FFFFFF” radius=”3″ class=”” id=””] Bíblia Sagrada, São Paulo: SBB, 2000.
KARDEC, A. O Céu e o Inferno, São Paulo, SP: PETIT, 2004.
[1] http://pt.wikipedia.org/wiki/Chico_Xavier 5
[2] http://visao-espirita.blogspot.com.br/2010/06/padre-fabio-de-melo-tececomentarios.html
Textos sugeridos: “A fé sem obras está morta”, “Reencarnação ou Penas Eternas?”, “Seremos salvos ou teremos que nos salvar?”, “O diálogo entre Jesus e Nicodemos”, “A Comunicação com os mortos na Bíblia” e “Kardec reencarnou-se como Chico?”.[/su_box]

Thiago Ferrari
Thiago Ferrari
É Articulista do GAE desde 2005. É Técnico em Mecânica, Engenheiro Mecânico, MBA em Gestão de Projetos PMI - PMBoK e Bacharel em Teologia. Atua no setor de energia desde 2002. Nascido em lar espírita desde Abril/1978. Voltou ao Movimento Espírita em 2004, devido a uma breve passagem pelo movimento evangélico desde 1998 a 2003.
Esta reflexão não necessariamente representa a opinião do GAE, e é de responsabilidade do expositor.

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