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Demônios e anjos, de fato, somos nós mesmos

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Sejamos autênticos cristãos

Primeiramente, aproveito o ensejo para desejar a Vittorio Medioli, fundador de O TEMPO, a sua digníssima esposa Laura Medioli, presidente deste grande jornal latino-americano, a suas filhas Marina e Daniela, a todos os seus diretores, funcionários, leitores e respectivas famílias um Feliz Natal e muitas alegrias no Ano-Novo de 2024, cheio das bênçãos de Deus para todos nós.

O cristianismo está em uma grave crise de doutrinas. Está havendo, no momento, no Vaticano, um Concílio em que dominam polêmicas, exatamente sobre elas. Cardeais, arcebispos, bispos etc. debatem-nas. Umas têm apoio do papa Francisco, outras, não.

O problema é que doutrinas antirracionais e, pois, erradas, criadas durante a história do cristianismo, foram transformadas em dogmas e, portanto, não se podia corrigi-las. Mas chegou o momento em que elas se tornaram insustentáveis.

Com o devido respeito à Igreja e aos seus dogmas, eu tenho dito muito que o maior problema do cristianismo são as suas doutrinas dogmáticas, que os teólogos sempre disseram que foram inspiradas pelo Espírito Santo Trinitário, que, para eles, com muitas dúvidas, seria o espírito do próprio Deus.

No entanto, na Bíblia, se diz muito que um espírito é de Deus, no sentido de que o espírito é bom, mas não que ele seja o da identidade do próprio Deus. São Jerônimo, na sua Vulgata Latina, para evitar a confusão com o Espírito Santo Trinitário, diz “spiritus bonus” (espírito bom), em vez de Espírito Santo, que, na verdade, é equivalente a um substantivo coletivo, pois ele designa todos os espíritos humanos ou, dizendo de outro modo, ele é qualquer um espírito que se manifesta e que os pneumatas (médiuns) do cristianismo primitivo recebiam.

Criou-se uma confusão em torno do Espírito Santo Trinitário, porque o espírito manifestante podia e pode ser bom (e até santo) ou mau, pois os demônios (“daimones” em grego) no Novo Testamento são espíritos de nós mesmos, seres humanos, que, um dia, após muitas de nossas reencarnações e, pois, bem evoluídos, seremos anjos.

Quando são João, em sua Primeira Carta 4:1, nos instrui sobre este intercâmbio entre os dois mundos, ele nem fala do Espírito Santo, que só foi criado, junto da Santíssima Trindade, na segunda metade do século IV; mas João apenas nos recomenda que examinemos os espíritos, a fim de que não venhamos dar crédito a “daimones” ainda maus (atrasados), e até nos mostrando, também, que as profecias vêm dos espíritos e que o mundo está cheio de falsos profetas (pneumatas ou médiuns).

Que sejamos autênticos cristãos, encurtando, assim, nosso tempo de “daimones” e encurtando, também, a nossa caminhada até ao nosso estado angélico!

Artigo publicado no jornal O Tempo em 25/12/2023
PS: (*) Com este colunista, “Presença Espírita na Bíblia”, na TV Mundo Maior, e a tradução do Novo Testamento, 2ª edição, revisada e com notas inéditas interlineares dos versículos, Editora Chico Xavier. Contato@editorachicoxavier.com.br
Para quem quiser acompanhar a discussão da coluna no jornal O Tempo. (CLIQUE AQUI)

José R. Chaves
José R. Chaves
Escritor, professor de português, jornalista, biblista, teósofo, pesquisador de parapsicologia e do Espiritismo. Tradutor de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, de Kardec. E autor dos livros, entre outros, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” e “A Face Oculta das Religiões”, ambos lançados também em inglês nos Estados Unidos.
Esta reflexão não necessariamente representa a opinião do GAE, e é de responsabilidade do expositor.

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