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Evocações particulares condenadas sem razão

Com relação ao fenômeno da manifestação dos espíritos existem os que não acreditam na sua existência e aqueles que, simplesmente, dizem que ele é proibido por Deus, por meio de Moisés. É certo que Moisés proibiu tudo quanto se relacionava a adivinhação, e, no meio, à necromancia, que é a evocação dos mortos para fins de adivinhação. E, não podendo ser diferente: “A verdade é que o Espiritismo condena tudo que motivou a interdição de Moisés […]”. (KARDEC, 2007d, p. 170).

O legislador hebreu contemplou também na proibição os que deitavam nos túmulos exigindo a presença do morto para se confabular com ele, prática comum à sua época. Porém, uma coisa é a lei mosaica, outra a divina; e o próprio Moisés é quem nos atesta que somente os Dez Mandamentos são provenientes de Deus, uma vez que a Arca da Aliança, que fez por recomendação de Deus para guardar Suas leis, só tinha o decálogo (Dt 10,5); todo o restante ele, Moisés, deixou do lado de fora dela (Dt 31,24-26).

Temos falado que a possibilidade de se comunicar com os mortos só existe porque tal fato faz parte das leis criadas por Deus, e, certamente, não criaria nada que fosse, conforme dizem, abominável a Ele, o que até seria mais inteligente de Sua parte. Portanto, não vemos outra causa para a manifestação dos mortos senão porque há permissão divina; se Deus não quisesse, por lógica, tal fato nunca ocorreria, por mais que ficássemos a evocá-los; mesmo que toda a nossa vida fosse dedicada a fazer isso.

 

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Paulo Neto
É palestrante e articulista da Mídia Escrita Espírita e não Espírita, com vários artigos publicados em um grande número de jornais e revistas, muitos dos quais poderão ser encontrados na Internet e principalmente neste site.
Esta reflexão não necessariamente representa a opinião do GAE, e é de responsabilidade do expositor.

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