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O grande desafio do Cristianismo

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Doutrinas religiosas mal resolvidas nos primórdios do cristianismo desafiam-no no mundo moderno. É consenso comum que o regime democrático é o melhor para se chegar à verdade. E o cristianismo era unido com o Império Romano autoritário. Destarte, as questões doutrinárias religiosas decididas oficialmente nem sempre eram certas.

Mas o poder temporal democratizou-se, aprimorou-se e até acabou se separando da religião. E com ela o que aconteceu? Nada, pois sob o pretexto, que cheira a egoísmo, de que os bispos, em concílio, são infalíveis, o cristianismo nunca aceitou correções em suas doutrinas. E, se o poder espiritual fosse mesmo infalível, o Concílio de Verona (1183) não teria criado as bases da Inquisição.

Também o Papa Gregório IX não teria instituído, em 1233, o primeiro tribunal especial eclesiástico confiado aos Dominicanos, tribunal esse que promoveu a cruzada contra os hereges albigenses do Línguadoque (Sul da França), inaugurando, assim, oficialmente, a Inquisição em todo o mundo da cristandade de então, inclusive no Brasil, com ameaças ao padre Jesuíta Antônio Vieira.

Porém não cabe à Igreja, como muito se pensa, a culpa total pela Inquisição, mas, sobretudo, à mentalidade atrasada da época. São Paulo já vislumbrava a importância da nossa evolução mental: “Transformai-vos pela renovação de vossa mente” (Romanos 12,2).

E foi com a evolução mental que o erro da Inquisição foi desaparecendo naturalmente, o que, porém, não aconteceu com os erros teológicos, que, inclusive, relegaram para um segundo plano a mensagem evangélica de nossa evolução
espiritual.

E os teólogos não vêem isso? Vêem, sim. Mas é como advertiu o Mestre: o pior cego é aquele que não quer ver! E por que os teólogos não se modificam? Seria porque eles têm que esperar, primeiro, pelas decisões hierárquicas superiores? Nós temos que renunciar ao nosso ego e até a nós mesmos, no dizer do Mestre.

Só assim, nós nos desvencilharemos dos nossos erros doutrinários do passado. E isso constitui o desafio do cristianismo de hoje, pois o mundo atual está cada vez mais descrente com certas doutrinas cristãs dogmáticas, com o que o cristianismo, além de esfacelado, está sendo preterido por religiões e seitas de cunho oriental, que são mais sintonizadas com as verdades filosóficas e científicas modernas!

José R. Chaves
José R. Chaves
Escritor, professor de português, jornalista, biblista, teósofo, pesquisador de parapsicologia e do Espiritismo. Tradutor de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, de Kardec. E autor dos livros, entre outros, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” e “A Face Oculta das Religiões”, ambos lançados também em inglês nos Estados Unidos.
Esta reflexão não necessariamente representa a opinião do GAE, e é de responsabilidade do expositor.

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