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Os parentes e amigos desencarnados nos recebem após a morte

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Nesta obra, o autor tece uma malha intrincada de referências sobre o momento de transição para morte – quando acorrem para nos receber, os desencarnados a quem nos ligamos pelos créditos, mas, também pelos débitos.

Paulo Neto mergulha na história, extrai da Bíblia numerosas citações, viaja nas palavras de Allan Kardec, atravessa justificados momentos da obra de Ernesto Bozzano e embasa sua conclusão: nos encontraremos com muitos que, de uma forma ou outra, participaram da recém-finda existência terrestre.

Esse “reencontro” faz parte da visão espírita sobre a vida após a morte, que inclui a ideia de que a morte não representa o fim da existência, mas sim uma mudança de estado. Aceitamos que a(s) vida(s) é um processo de aprendizado contínuo e consiste na possibilidade da evolução espiritual ao longo de várias encarnações.

A crença em uma vida após a morte é uma ideia que remonta a muitas culturas e tradições religiosas antigas, mitologias e filosofias em todo o mundo.

Nos registros históricos, encontramos a certeza do pós-vida já dentre os egípcios – que desenvolveram complexos rituais funerários e crenças sobre a passagem da alma para o além. O Livro dos Mortos era uma coleção de textos funerários usados para orientar os mortos em sua jornada após a morte.

Na mitologia grega e romana, havia a crença em um submundo, governado por divindades onde as almas dos mortos eram consideradas capazes de continuar sua existência de alguma forma após a morte.

Muitas religiões asiáticas, como o hinduísmo e o budismo, têm concepções específicas de reencarnação. Acreditam que as almas passam por ciclos de nascimento, morte e renascimento, com base nas ações (karma) realizadas nesta, e em vidas anteriores.

O Judaísmo, Cristianismo e Islã, conhecidos como religiões abraâmicas, compartilham algumas crenças sobre a vida após a morte. No Cristianismo, por exemplo, a crença na ressurreição dos mortos é central.

Mas, como é o momento da transição? Há alguma omissão.

Paulo Neto mergulha na dúvida: como seria o momento em que abrimos os olhos que já não está conectado a um cérebro físico?

Neste momento fiz rápida pesquisa na internet sobre essa temática, e me surpreendi com o seguinte conceito:

Como qualquer crença relacionada ao além-vida, a visão espírita sobre o reencontro com parentes após a morte é uma questão de fé e espiritualidade.
Discordo.

Essa afirmação vem ao encontro do desconhecimento sobre as pesquisas mais recentes acerca da Consciência, que vem sendo conduzidas em diversas universidades, sobretudo no Exterior.

O que eles chamam de “consciência”, nós chamamos de Espírito, ou seja, seria como num computador, nós temos o hardware (a máquina) e o software (programa). A máquina envelhece, nem sempre dá para ir para o concerto, mas os programas seguem intactos, prontos para funcionarem em outro PC.

Inúmeros cientistas hoje se debruçam na investigação de a Consciência existir (ou não), sem o cérebro físico. Esse dualismo é amplamente discutido até os dias de hoje, mas já marcando larga vantagem para os que investem na ideia de que mente (Espírito) e matéria são duas coisas distintas.

O Homem chegou em Marte, e, no entanto, pouco sabe sobre si próprio – seu eu, sua consciência, seu Espírito.

Talvez porque, quando o tema do pós-morte deixar de ser questão de “espiritualidade” e passar a integrar o mais sólido conhecimento humano sobre a nossa bio-natureza, teremos que enfrentar verdadeiras “guerras santas”.

Por quê? Porque as 3 grandes denominações (Cristianismo, Islamismo e Judaísmo) negam que se vive depois da morte. Estamos falando de cerca de 6 ou 7 bilhões de pessoas – que vão desde simples crentes até aquelas nutridas do mais alto fervor religioso, capazes de matar em nome de deus.

A Espiritualidade maior é sábia e tem noção de que neste momento a humanidade não está preparada para encarar a existência terrena com mais responsabilidade e responder por seus próprios atos.

Séculos de História, como tão bem foram listados por Paulo Neto, são sementes para o Amanhã. Os elos que o autor teceu entre conceitos bíblicos, comparados com os expostos pelos espíritos da Codificação do Espiritismo, e endossados por outros autores mais recentes, atestam que sim, quando partimos dessa existência, toparemos de frente com os que amamos e com o nosso passado – tenha sido ele virtuoso ou devastador. Aquele com quem temos créditos se nos acercarão com seu apoio e nos ajudarão a ingressar na nova vida.

Essa somatória de relatos listados, coerentemente por Paulo Neto, nos aponta para uma verdade histórica: nossos parentes e amigos, que nos antecederam, lá estarão por nós.

Tem um ditado que diz: quem viver, verá.
Eu diria: quem morrer, verá.

Sonia Rinaldi
Novembro/23

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Paulo Neto
É palestrante e articulista da Mídia Escrita Espírita e não Espírita, com vários artigos publicados em um grande número de jornais e revistas, muitos dos quais poderão ser encontrados na Internet e principalmente neste site.
Esta reflexão não necessariamente representa a opinião do GAE, e é de responsabilidade do expositor.

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