Entre a fé não racional e a anti-racional, há uma grande diferença. Sou contra apenas os erros oriundos dos exageros teológicos. Eis o que digo na minha citada coluna: “Os teólogos do passado, por ignorância, cometeram erros, e os de hoje, por orgulho, mantêm os erros.
Até quando vai durar o balaio-de-gatos que fizeram com Jesus Cristo e Deus? Só Deus o sabe, pois o orgulho humano é terrível!”
Os dogmas cristãos foram instituídos numa época imprópria, quando os teólogos sabiam apenas o bê-a-bá da Bíblia. E, de fato, os teólogos de outrora, mais por ignorância do que por orgulho, consideravam-se infalíveis.
Os de hoje, mais por orgulho do que por ignorância, querem manter a falsa infalibilidade dos seus antecessores. É que é com a “infalibilidade” de seus antecessores que eles querem justificar a sua “infalibilidade” de hoje. E “renunciar a ser o tal” é-nos muito difícil na nossa fase atual de evolução humana. Isso só acontece a um Chico Xavier e a uma Madre Teresa de Calcutá.
Não é, pois, surpreendente que os teólogos tentem defender, a todo custo, o sistema que dá guarida aos interesses de seu ego. Daí ficarem nervosos contra quem fala contra seu sistema. Mas toda fé anti-racional já está condenada a caducar um dia, desde o instante de sua criação. Esse tipo de fé só pode ser mantido à força, como o foi no passado. É o próprio stº Tomás de Aquino que disse que a fé não pode violentar a razão. E admiro o Espiritismo porque ele é uma doutrina racional. Kardec ensinou que a fé só é inabalável, quando puder enfrentar a razão, face a face, em qualquer época da História da Humanidade.
Quem entendeu que eu chamei de burros os teólogos é que assim pode estar pensando, pois apenas os chamei de orgulhosos e interesseiros. Ademais, como vimos, quem de nós, na nossa atual fase evolutiva, é isento desses defeitos? E os teólogos não são nada burros!