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Pecado é um mal para alguém, nunca para Deus

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Imagem de Daniel Reche, Pixabay

O pecado é um mal para alguém, nunca jamais para Deus, embora ele seja contra a lei divina. E é contra ela, porque o pecado é um mal para a vítima e, também, para o seu próprio autor. E Deus não quer o mal para nenhum dos dois que são amados por Ele com amor infinito.

Existe uma lei moral muito conhecida chamada de lei de causa e efeito, a qual não é só da Bíblia, mas é universal, pois, ela está também presente nos livros sagrados de todas as grandes religiões e nos lembra também leis da física. Outros a denominam de lei da reciprocidade e da colheita da semeadura. E é por isso que se diz muito que a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória.

Um dos exemplos dessa lei moral, religiosa está no chamado Sermão da Montanha, em que Jesus diz que ninguém deixará de pagar tudo até o último ceitil ou centavo. (São Mateus 5: 26). E ela tem também um sentido muito importante, mas pouco conhecido ou, pelo menos, os padres e pastores, em seus ensinos, práticas e sermões, dificilmente, falam nele.

É que quando o indivíduo quita todos os seus pecados, ele mais nada vai pagar, pois, essa lei é perfeita. E um detalhe, ela joga por terra, totalmente, o ensino das chamadas penas eternas infernais…

Aliás, o adjetivo eterno, “aionios” em grego do Novo Testamento, e “ôlam” em hebraico do Velho Testamento significam tempo indefinido ou desconhecido, pois, depende da quantidade de pecados que cada indivíduo tem, não sendo essas penas, portanto, sem fim como, erradamente, os dois vocábulos bíblicos citados foram traduzidos para o português e outras línguas, geralmente, ocidentais.

Porém, o chamado pecado ou falta é condenado pelas leis divinas e, pois, pelas religiões. Mas, como vimos, Deus nunca sofre com os nossos pecados. As vítimas deles é que sofrem. Vejamos um exemplo disso. Se eu vir alguém perder uma nota de R$ 100 e não mostrar para ele a perda, a fim de eu ficar com ela para mim, trata-se de um pecado, pois, isso equivale a um furto ou roubo.

E, de acordo com a lei de causa efeito, mais hoje, mais amanhã, e até noutra vida, eu terei uma perda de valor equivalente ao de cem reais. Isso quer dizer que tal pecado, que é contra a lei de Deus, faz sofrer tanto a pessoa que perdeu os R$ 100, como eu que poderia ter evitado tal mal para ela. Porém, Deus não sofre nada com isso. Mas como Ele ama a perdedora e a mim com amor infinito, tal fato vai resultar num sofrimento para nós dois, pois, é, contra a lei divina.

E, como se vê, Deus mesmo não sofre com isso, o que lembra o que nos ensinou Santo Agostinho: O pecado é falta de amor. E lembra-nos também o ensino bíblico sobre Deus (Jó 35: 6-8): “Se pecas, que mal lhe causas tu?”

Artigo publicado no jornal O Tempo em 05/06/2023
PS: Com este colunista, “Presença Espírita na Bíblia” na TV Mundo Maior, e a tradução da Bíblia, NT, 2ª edição, ampliada na introdução, revisada e com notas inéditas. Contato: Cassia e Cleia. contato@editorachicoxavier.com.br
Para quem quiser acompanhar a discussão da coluna no jornal O Tempo. (CLIQUE AQUI)

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José R. Chaves
Escritor, professor de português, jornalista, biblista, teósofo, pesquisador de parapsicologia e do Espiritismo. Tradutor de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, de Kardec. E autor dos livros, entre outros, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” e “A Face Oculta das Religiões”, ambos lançados também em inglês nos Estados Unidos.
Esta reflexão não necessariamente representa a opinião do GAE, e é de responsabilidade do expositor.

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