Foi muito bom para a humanidade o estudo pioneiro de Freud e de Jung na área da psiquiatria, psicologia, psicanálise, psicoterapia e tudo mais que se relaciona com a nossa mente, ou seja, nossa alma e nosso inconsciente, lembrando que o que está em nosso inconsciente é, geralmente, ignorado por nós, exatamente porque está fora de nosso consciente.
Em meados de 2021, minha coluna em O TEMPO foi sobre o nosso ego e o nosso Superego, baseando-me no maior sábio da Inglaterra do século XX, Paul Brumpton, e a também inglesa Annie Besan, teósofa e considerada a maior oradora feminina do mundo da primeira metade do século 20 – ambos mais ou menos contemporâneos de Freud e Jung.
Acontece que a evolução em todas as áreas não para. E o que é uma verdade hoje, amanhã pode não ser mais. Acredito, pois, que alguma coisa dita na minha citada coluna pode estar defasada e, principalmente, alguma que eu deveria ter dito, para melhor clareza dos assuntos abordados e, no entanto, fui omisso não a dizendo.
Psiquiatria e psicologia são disciplinas afins. Um pesquisador dessas duas ciências até disse que a diferença entre um psiquiatra e um psicólogo é apenas que um é formado em psiquiatria e o outro, em psicologia. A psiquiatria é mais médica, cuidando do paciente com remédios, enquanto que a psicologia se prende mais à observação do comportamento do paciente, identificando, assim, o que pode não ser normal nele e que, pois, precisa de um cuidado terapêutico.
Freud descobriu o nosso Ego propriamente dito, com o qual nos identificamos, e descobriu também o nosso Superego, que censura o que, moralmente, não devemos fazer e agindo como se fosse a figura de um pai. E, por fim, encontrou o nosso Id, ou seja, o nosso lado instintual com o qual nascemos e muito presente nas crianças.
Jung deu seu pleno aval a essas descobertas de Freud. E foi mais fundo na questão do nosso inconsciente, descobrindo o nosso chamado inconsciente coletivo que tem muito a ver com os nossos arquétipos, certas lembranças do nosso passado que, de um modo geral ou coletivo aparecem em nossa mente e que Platão já os havia notado e falado sobre eles, mais ou menos, 400 anos a. C. E essa verdade está mais do que provada hoje pelos estudiosos das questões de que estamos tratando nesta matéria.
Freud e Jung, realmente, foram pioneiros no estudo da nossa mente. Às vezes, se ouve dizer que os dois tinham divergências muito fortes. Cremos que essas divergências entre os dois são mais presentes entre os seus estudiosos do que entre os dois, com exceção da libido como causa de todos os problemas mentais segundo Freud. No mais, geralmente, eram pequenas e temporárias as suas controvérsias.