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Salvação e Reencarnação

Segundo nossos irmãos, a Reencarnação tornaria “desnecessário o sacrifício de Jesus na cruz, nos libertando do pecado com seu sangue”. Não negamos a doutrina da Redenção. Apenas acreditamos que ela se realizará no mundo através do amor. Para isso, o Mestre nos deixou o seu ensino e o seu exemplo. Quando os homens, repudiando os dogmas e preconceitos a que se aferram há tantos séculos, abrirem as portas da percepção para assimilar a cristalina simplicidade dos ensinamentos do Cristo, eles fatalmente se redimirão pelo amor, cuja prática concorre para o resgate das faltas, como a Escritura deixa bem claro em Prov. 10:12 (O amor cobre todas as transgressões) , Lucas 7:47 (Muito será perdoado a quem muito amou) e I Pedro 4:8 (O amor cobre a multidão de pecados). (1)Devemos lembrar que traduções mais antigas, como a minha Bíblia de João Ferreira de Almeida de 1948, falam em “caridade”, não “amor”. Possivelmente, as alterações foram feitas por causa do “Fora da caridade não há salvação”, do Espiritismo. O sacrifício de animais pelos pecados dos israelitas era um ato próprio de um povo bárbaro, sendo inconcebível que Deus, o mesmo que afirmou: “Misericórdia quero, não sacrifício” (Oséas 6:6) engendrasse tão absurdo “plano” para resgatar os erros da Humanidade. Cristo se sacrificou para assegurar o cumprimento da grandiosa missão que o fez descer a Terra. Sua morte, sem dúvida alguma, estava nas previsões divinas, para provocar o impacto que se fazia necessário na consciência dos homens, seus contemporâneos e os das gerações vindouras. Ele mesmo disse: “Quando for levantado da Terra, atrairei todos a mim!” (João 12:32) Nós, espíritas, entendemos que Jesus veio ao mundo para ensinar aos homens a lição do amor (João 12:34) e que a sua morte, predita por vários profetas, resultou da inadequação da Humanidade para assimilar suas extraordinárias mensagens. Os discípulos e os primitivos cristãos atribuíram a essa morte um caráter propiciatório porque entre os judeus estava secularmente arraigada a noção do resgate das faltas pelo derramamento do sangue. Era um costume milenar a imolação de animais pelos pecados do povo e isso naquelas eras barbaras não deixava de ter um fundamento psicológico, pois funcionava como catarse coletiva, contribuindo para aliviar as consciências culpadas. Mas hoje, com as luzes de que dispõe a Humanidade, é possível perceber que não haveria justiça em fazer um inocente responder pelos erros dos culpados. Alias, nem mesmo o sangue de touros e de bodes podia tirar os pecados de ninguém, como podemos ler em Hebreus 10:4. E em Ezequiel 18:20 vemos que a responsabilidade é pessoal e o justo não paga pelo pecador. Será mesmo que não é preciso trabalhar, lutar pela nossa reforma íntima e apenas dizer “Senhor, Senhor” e crer que o sangue do Cristo nos liberta??

 

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Elio Mollo
Italiano, chegou ao Brasil com dois anos de idade, diz-se que é brasileiro de alma e coração. Aprecia escrever artigos visando compartilhar todo aprendizado que obteve na vida, seja de mestres, livros ou de experiências vividas.
Esta reflexão não necessariamente representa a opinião do GAE, e é de responsabilidade do expositor.

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