Estaremos trazendo para os leitores deste espaço alguns respingos históricos sobre o Espiritismo. Antes, faremos uma rápida reflexão sobre como e quando iniciou-se o sentimento religioso na humanidade, até chegarmos à Codificação da Doutrina dos Espíritos, por Allan Kardec, no século XIX.
11/08/2020
Nosso objetivo não é remoer o passado infeliz, mas sim, pôr a descoberto para os espíritas de hoje, como Kardec é-nos modelo-defensor, a toda vez que o Espiritismo seja alvo de aleivosias, que infelizmente ainda ocorrem amiúde.
Será sempre útil conhecermos o acendrado amor que ele dedicou à Doutrina dos Espíritos e as lutas que teve que porfiar em sua defesa.
Seu exemplo não pode de maneira alguma deixar de ser seguido, sempre que idênticas ocasiões se nos apresentem. Esse é um dever e mesmo um compromisso a que não deveremos jamais recusar ou omitir…
A data de nascimento do Espiritismo é a mesma da de Allan Kardec: 18.Abril.1857. Certidão de ambos inexistem, em termos cartorários.
— Essa questão é, talvez, a de maior alcance e interesse da genômica. As considerações sobre os embriões congelados trilham sobre o fio da navalha de algo tão transcendental, já largamente sendo experimentado pelos geneticistas e embriologistas: manipulação, aproveitamento, armazenamento, descarte… O embrião manipulado em laboratório, poderá ter duas destinações: uma, para fertilização assistida, caso em que a ligação do Espírito ocorrerá da mesma forma como se dá ao natural; outra, para produção de células-tronco, para fins terapêuticos, sendo de supor que não haverá Espírito ligado a ele. Só suposição, pois certeza, só o Plano Maior tem…- Embriões congelados Na fertilização assistida, vários embriões são manipulados, dos quais, normalmente, quatro são implantados no útero e os demais, mantidos congelados, para eventual repetência da fertilização, caso não prospere a tentativa anterior (tem sido um problema ético mundial o descarte dos embriões congelados que já não mais interessam ao casal).
Nada há no Espiritismo sobre “crianças índigo”.
No entanto, será aqui tratado porque pequenas notas espíritas sobre tais crianças e sua participação na transição planetária estão despontando na mídia, além do que, alguma coisa daquilo que a respeito é encontrado com abundância na internet pode, sim, ficar paralelo ou ao abrigo da Doutrina dos Espíritos.
Em se tratando de transição planetária não tenho conhecimento de nenhuma religião ou sistema que trate do tema com tanta lógica, propriedade e bom senso como o faz o Espiritismo.
Sendo rigorosamente kardequiano, não me abalanço a elencar particularidades dos “índigos” com o propósito de acoplá-las à Doutrina dos Espíritos, mas sim, possibilitar aos leitores reflexões que os levem a aceitar ou não o que sobre isso se diz.
— E o que é que se anda dizendo sobre isso?
Segundo nossos irmãos, a Reencarnação tornaria “desnecessário o sacrifício de Jesus na cruz, nos libertando do pecado com seu sangue”. Não negamos a doutrina da Redenção. Apenas acreditamos que ela se realizará no mundo através do amor. Para isso, o Mestre nos deixou o seu ensino e o seu exemplo. Quando os homens, repudiando os dogmas e preconceitos a que se aferram há tantos séculos, abrirem as portas da percepção para assimilar a cristalina simplicidade dos ensinamentos do Cristo, eles fatalmente se redimirão pelo amor, cuja prática concorre para o resgate das faltas, como a Escritura deixa bem claro em Prov. 10:12 (O amor cobre todas as transgressões) , Lucas 7:47 (Muito será perdoado a quem muito amou) e I Pedro 4:8 (O amor cobre a multidão de pecados). (1)Devemos lembrar que traduções mais antigas, como a minha Bíblia de João Ferreira de Almeida de 1948, falam em “caridade”, não “amor”. Possivelmente, as alterações foram feitas por causa do “Fora da caridade não há salvação”, do Espiritismo. O sacrifício de animais pelos pecados dos israelitas era um ato próprio de um povo bárbaro, sendo inconcebível que Deus, o mesmo que afirmou: “Misericórdia quero, não sacrifício” (Oséas 6:6) engendrasse tão absurdo “plano” para resgatar os erros da Humanidade. Cristo se sacrificou para assegurar o cumprimento da grandiosa missão que o fez descer a Terra. Sua morte, sem dúvida alguma, estava nas previsões divinas, para provocar o impacto que se fazia necessário na consciência dos homens, seus contemporâneos e os das gerações vindouras. Ele mesmo disse: “Quando for levantado da Terra, atrairei todos a mim!” (João 12:32) Nós, espíritas, entendemos que Jesus veio ao mundo para ensinar aos homens a lição do amor (João 12:34) e que a sua morte, predita por vários profetas, resultou da inadequação da Humanidade para assimilar suas extraordinárias mensagens. Os discípulos e os primitivos cristãos atribuíram a essa morte um caráter propiciatório porque entre os judeus estava secularmente arraigada a noção do resgate das faltas pelo derramamento do sangue. Era um costume milenar a imolação de animais pelos pecados do povo e isso naquelas eras barbaras não deixava de ter um fundamento psicológico, pois funcionava como catarse coletiva, contribuindo para aliviar as consciências culpadas. Mas hoje, com as luzes de que dispõe a Humanidade, é possível perceber que não haveria justiça em fazer um inocente responder pelos erros dos culpados. Alias, nem mesmo o sangue de touros e de bodes podia tirar os pecados de ninguém, como podemos ler em Hebreus 10:4. E em Ezequiel 18:20 vemos que a responsabilidade é pessoal e o justo não paga pelo pecador. Será mesmo que não é preciso trabalhar, lutar pela nossa reforma íntima e apenas dizer “Senhor, Senhor” e crer que o sangue do Cristo nos liberta??
1) O Livro dos Espíritos (18 de abril 1857)
Esta obra traz os fundamentos do Espiritismo e expõe, através de respostas dadas por espíritos superiores, a síntese de uma nova filosofia espiritualista. Em sua primeira edição, estava dividida em 3 partes, contendo 501 perguntas. Em sua segunda edição, de 1860, já aparecia dividida em 4 partes, contendo as atuais 1018 questões.
2) Revista Espírita – Jornal de Estudos Psicológicos – Volume I (janeiro de 1858)
Publicação mensal composta de artigos e comunicações obtidas, principalmente, na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas. Veja a definição deste periódico nas palavras do próprio Kardec:
“O relato das manifestações materiais ou inteligentes dos Espíritos, aparições, evocações, etc, bem como todas as notícias relativas ao Espiritismo. O ensino dos Espíritos sobre as coisas do mundo visível e do invisível; sobre as ciências, a moral, a imortalidade da alma, a natureza do homem e o seu futuro.- A história do Espiritismo na antiguidade; suas relações com o magnetismo e com o sonambulismo; a explicação das lendas e das crenças populares, da mitologia de todos os povos, etc…” .
Espírito (Do lat. spiritus, de spirare, soprar).
No sentido especial da doutrina espírita, os espíritos são seres inteligentes da criação e povoam o Universo fora do mundo corpóreo. A natureza íntima dos Espíritos nos é desconhecida; eles mesmos não a podem definir, seja por ignorância, seja pela insuficiência da nossa linguagem. Somos a este respeito como cegos de nascença em face da luz. Segundo o que eles nos dizem, o Espírito não é material no sentido vulgar da palavra; não é tampouco imaterial em sentido absoluto, porque o Espírito é alguma coisa e a imaterialidade absoluta seria o nada. O Espírito é, pois, formado de uma substância, mas da qual a matéria grosseira que impressiona nossos sentidos não pode dar-nos uma ideia. Pode-se compará-lo a uma chama ou centelha cujo brilho varia segundo o grau de purificação. Pode tomar todas as espécies de formas por meio do perispírito de que está envolvido.
Abaixo textos extraídos dos livros da Codificação Espírita mencionados no final de cada um:
Dentre as principais finalidades de um Centro Espírita, destacam-se, o amparo, o esclarecimento e o consolo, à luz da Doutrina Espírita, que se fornecem a todos os irmãos necessitados que o procuram. Em primeiro lugar é óbvio que se algum espírita pretende ajudar alguém, à luz do Espiritismo, é necessário que ele conheça seus fundamentos básicos. E neste ponto que verificamos que surgem muitos problemas, de forma muito comum, em diversos Centros Espíritas de todo o Brasil. Infelizmente, muitos dirigentes e trabalhadores da Seara Espírita não conhecem a fundo (às vezes, nem superficialmente) as obras básicas do Espiritismo codificadas por Allan Kardec e por isso mesmo tornam-se inaptos a orientar algum necessitado, ou mesmo a proferir uma palestra sobre Espiritismo. Parece-nos que muitos ainda não conhecem aquelas velhas frases: “Temos de começar pelo começo” ou “Não se inicia a construção de uma casa pelo telhado, e sim pelo alicerce”. É comum constatarmos que diversos Centros Espíritas e Federações de alguns Estados, em seus cursos básicos de Espiritismo, ou até mesmo em palestras abertas ao público em geral, releguem as obras de Kardec a um segundo plano, dando franca preferência a outros livros psicografados. E ainda orientam pessoas iniciantes na Doutrina a começarem a ler esse tipo de literatura que, queremos deixar bem claro, são importantes, louváveis e de inestimável valor, porém, para aqueles que já possuem conhecimento dos elementos básicos da Doutrina Espírita. Não é raro assistirmos palestras públicas, onde muitas pessoas lá se encontram pela primeira vez, e vemos que o expositor espírita, após esclarecer que aquele local é uma “Casa Kardecista”, se põe a falar sobre os bônus-hora, de ministérios existentes nas colônias espirituais, dos veículos de locomoção lá existentes etc..