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Resposta à organização católica Montfort

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As penas divinas não são mesmo para sempre

Apresento, nesta coluna de hoje, no diário O TEMPO, de Belo Horizonte, o máximo cabível nela do que disse a organização católica Montfort, de São Paulo, sobre um meu programa do “Presença Espírita na Bíblia”, na TV Mundo Maior, de São Paulo (ver na íntegra na internet).

“A ignorância infernal de José Reis Chaves sobre as penas eternas em um miserável programa kardecista (‘Presença Espírita na Bíblia’, da TV Mundo Maior) fez com que o incompetente blasfemador JRC pretendeu demonstrar – segundo a lógica espírita – a suposta irracionalidade das penas eternas que a Igreja Católica professa como dogma de Fé. Para a ignorância chavista, o inferno e sua eternidade seriam crenças injustas e uma forma de amedrontar as massas para docilmente serem manipuladas pela religião.”

“Na concepção chavista, não haveria diferença entre tempo e eternidade. Ora, Santo Tomás de Aquino condena essa ideia errônea em sua Suma Teológica. Também Santo Agostinho e o filósofo Boécio concordam com ele”.

Conheço essas ideias, pois eu estudei para padre redentorista. E estou acostumado com críticas dos que são radicais contra as ideias que defendo nesta coluna, desde 2000, no meu citado programa na TV Mundo Maior, iniciado em 2013, e nos meus livros (dois editados também em inglês nos EUA). E essas críticas da Montfort me fazem lembrar as do saudoso padre Quevedo (ver na internet debates entre o padre Quevedo e o escritor e jornalista José Reis Chaves).

E, embora eu seja tradutor do Novo Testamento (Ed. Chico Xavier) e formado na PUC Minas como professor de português e literatura, o que é importante para uma boa tradução, eu não me considero grande conhecedor do grego, como pensa a Montfort que eu penso. E ela diz: “Na concepção chavista, não haveria diferença entre tempo e eternidade”.

Mas eu não trato disso, e sim, com respeito e amor à Igreja Católica e às outras igrejas cristãs, trato somente das palavras bíblicas “aionios”, grega, e “ôlam”, em hebraico, que significam “tempo indefinido, desconhecido”, e não sem fim, pois as penas dependem da quantidade de pecados de cada um. “Aidios” em grego é que tem sentido de “sem fim”, como a palavra latina “sempiternus”, as quais não constam da Bíblia.

A Bíblia fala em várias eternidades

Santo Agostinho e São Tomás de Aquino devem ter visto essas diferenças, mas eles preferiram o silêncio, principalmente Tomás, que morria de medo da Inquisição, iniciada na sua época.

A Bíblia fala também em várias eternidades (Salmo 90: 2). E os pecados são contra as leis divinas, porém quem sofre com eles não é Deus, mas as vítimas deles. Jesus, em Mateus 5: 26, diz que ninguém deixará de pagar tudo até o último centavo, o que quer dizer que, pago o último centavo, o indivíduo está quite, o que joga por terra totalmente as chamadas “penas eternas”.

E, de fato, as penas divinas não são mesmo para sempre, pois elas não poderiam ser maiores do que as faltas. Se assim fosse, a justiça humana seria mais perfeita do que a divina…

Artigo publicado no jornal O Tempo em 29/08/2022
PS: “Os Espíritos Comunicam-se na Igreja Católica”, de Paulo Neto, Grupo Educação, Ética e Cidadania (GREEC), Divinópolis, MG, geec@geec.org.br
Para quem quiser acompanhar a discussão da coluna no jornal O Tempo. (CLIQUE AQUI)

José R. Chaves
José R. Chaves
Escritor, professor de português, jornalista, biblista, teósofo, pesquisador de parapsicologia e do Espiritismo. Tradutor de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, de Kardec. E autor dos livros, entre outros, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” e “A Face Oculta das Religiões”, ambos lançados também em inglês nos Estados Unidos.
Esta reflexão não necessariamente representa a opinião do GAE, e é de responsabilidade do expositor.

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